Com artificialidade legítima, O Curioso Caso de Benjamin Button estréia em salas brasileiras nesta sexta-feira, 16
"Eu nasci em circunstâncias incomuns", diz Benjamin Button, parido velho no último dia da I Guerra Mundial em meio às comemorações e aos fogos que tomavam conta da Nova Orleans de 1918. Sua mãe morreu no parto, e o estranho bebê acabou abandonado na porta de uma casa de repouso onde cresceu rejuvenescendo.
Partindo desse mote, livremente baseado em um conto do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, o diretor David Fincher (Se7en - Os Sete Crimes Capitais, 1995, Clube da Luta, 1999) e o escritor Eric Roth, responsável pelo roteiro de Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994), criam uma alegoria sobre a passagem do tempo - mesclando causos extraordinários com desastres reais (como a chegada do Furação Katrina na cidade, por exemplo).
Enquanto envelhece jovem, Benjamin (Brad Pitt) descobre o amor que sente por Daisy, a bailarina brilhantemente interpretada por Cate Blanchett, encontra seu pai, dono de uma fábrica de botões, e acumula experiências no mar (trabalhando em um barco), na cama, no coração.
Jornada apaixonante de anti-herói, O Curioso Caso de Benjamin Button tem uma artificialidade legítima - expressa na caracterização quase emborrachada dos personagens e uma fotografia que escancara cena a cena o fato de você estar diante de um mundo de mentira.
Vindo da mesma aura lírica de sagas como Forrest Gump e, por que não, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), a estréia é como um conto de fadas adulto recriado genialmente pelo cinema mágico.