"Queria ter a certeza de que seria totalmente diferente de Circus ou de qualquer outra coisa que eu já tivesse gravado", afirma a cantora, que também fala sobre sua colaboração com will.i.am
Britney Spears irá lançar Femme Fatale, seu sétimo disco de estúdio, no dia 29 de março. É o álbum mais ousado de sua carreira, uma coletânea de músicas dançantes, mas incomuns e avançadas para seu tempo. A Rolling Stone EUA conversou com a cantora sobre como ela seleciona músicas e colaboradores para seus álbuns, seu interesse na busca por novos artistas e sons revolucionários, além de como é trabalhar com Will.i.am e Dr. Luke.
Seus filhos gostam desse disco? O que eles disseram sobre ele?
Sim. Definitivamente eles dançam com as músicas, mas é engraçado porque eles ainda estão um pouco confusos... É tipo: "Quem é essa Britney Spears cantora em contraste com a mamãe?"
Como o seu envolvimento com o processo de gravação dos discos mudou ao longo desses anos?
Eu sempre estive muito envolvida com cada álbum que já fiz. Sou muito teimosa quando o assunto é a gravação - gravo apenas músicas que amo, e é por isso que demoro para fazer um álbum. Eu preciso sentir uma conexão antes de gravar, e a música tem que acender algo dentro de mim. Pouquíssimas músicas fazem isso. Acho que é um bom processo, porque amo todas as minhas músicas. Sei que há muitos artistas que odeiam algumas de suas músicas. Eu não me sinto assim.
O que você tinha em mente em relação a como este disco deveria soar, de maneira geral?
Eu queria fazer um disco que soasse novo para as pistas ou algo que você põe para tocar no carro quando vai sair à noite, algo que te deixasse animado. Mas queria que soasse diferente de tudo que está por aí. Queria experimentar todos os diferentes tipos de música que amo, e é por isso que você ouve uma mistura de pop, hip-hop e dance por todo o álbum. Também brinquei com a minha voz e mudei o som dela aqui e ali, o que foi bem divertido.
Dá para ouvir traços de alguns estilos bem ousados de música eletrônica no disco - por exemplo, a pausa de dubstep em "Hold it Against Me". Como você encontra novos sons?
Eu ouço muita música diferente de todas as partes do mundo e acho que gravito entre coisas que soam novas e que fazem eu querer me mexer. Eu realmente não queria gravar nada nesse álbum que pudesse ser confundido com algo que já existe por aí. Acho que meus dois primeiros singles, "Hold it Against Me" e "Till the World Ends", são completamente diferentes de qualquer outra coisa, e acho que quando meus fãs ouvirem as outras músicas de Femme Fatale eles verão o quão estimulante é cada faixa.
Você ainda sai à noite? De que tipo de música dance você gosta?
Eu não saio mais com tanta frequência, mas quando saio, eu definitivamente gosto de dançar. Sou uma pessoa que curte a vibe quando o assunto é música, então uma canção tem de me fazer sentir de certa forma para que eu me apaixone por ela. Amo dance de batidas fortes misturadas a melodias bonitas. Essas são minhas favoritas.
Que tipo de música você ouve em casa?
Eu amo os [Black Eyed] Peas, mas também amo o Deadmau5. Acho que gosto de muita coisa. Ultimamente tenho ouvido Robyn e Adele sem parar, mas adoro encontrar novos artistas, que pouca gente conhece. É uma das coisas que mais gosto de fazer, é como fazer parte de um segredo. Amigos e pessoas ao meu redor sempre me mostram novos artistas. Foi assim que eu conheci a Sabi e acabei trabalhando com ela em "(Drop Dead) Beautiful". Sempre quis ter um artista novo em um de meus discos, e ela é muito legal.
O que levou à sua colaboração com o Will.i.am em "Big Fat Bass"? Como foi trabalhar com ele?
O Black Eyed Peas faz discos incrivelmente divertidos, pop e dançantes, e eu amo o estilo do Will.i.am. Eu sempre quis que fizéssemos uma música juntos e adoraria trabalhar mais com ele no futuro. Ele é muito interessante.
O Dr. Luke se tornou um grande produtor desde que vocês trabalharam juntos em Circus, de 2008. É diferente trabalhar com ele agora?
Na verdade, não. A gente se conhece há muito tempo. A maioria das pessoas não sabe, mas a trabalhamos juntos quando eu estava gravando o Blackout (2007). Ele foi incrível naquela época e tem apenas ficado melhor com o passar dos anos.
Ele disse no outono passado: "Eu quero [que o som] fique mais pesado em alguns aspectos, e talvez que vá um pouco mais fundo na eletrônica - mais ameaçador". Você tinha esse mesmo objetivo com esse disco? Sente que alcançaram isso?
Quando sentamos a primeira vez para falar sobre Femme Fatale eu sabia que queria fazer um disco dance que estivesse à frente de tudo no mercado, mas que também fosse único para mim, e é por isso que fui tão exigente durante as gravações. Eu queria apenas músicas com as quais eu tivesse me conectado imediatamente. Também queria ter a certeza de que o disco seria totalmente diferente de Circus ou de qualquer outra coisa que já tivesse gravado. Eu amo o Circus, mas eu queria algo mais sombrio. Queria um álbum mesmo, e não apenas gravar um monte de músicas e colocá-las juntas. Acho que Femme Fatale é bem interligado do começo ao fim.
O que faz com que você se sinta tão confortável em trabalhar com o Max Martin? O quão maior foi o papel dele neste disco, em comparação ao Circus?
Max teve uma importância muito grande nesse trabalho, ele esteve lá desde o início, então há muita confiança. Ele entende exatamente o que eu digo quando falamos sobre o que eu quero ou não musicalmente. As melodias dele são incríveis e ele sempre aparece com uns sons estranhos, o que eu adoro. O assobio em "I Wanna Go" ainda me pega toda vez que o ouço. Quem teria pensado nisso? Não há ninguém com quem eu me sinta mais confortável em colaborar no estúdio.
Como você descreve a relação, no estúdio, entre o Max e o Dr. Luke?
Eles são muito próximos, são muitíssimo amigos.