Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

De volta às telas

Sacha Baron Cohen encerra o ciclo cinematográfico deseus principais personagens com Brüno

Por Paulo Terron Publicado em 14/08/2009, às 17h16

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

O caminho era natural: depois de uma comédia tradicional com o personagem Ali G e um mockumentary (documentário ficcional cômico) de Borat, o comediante britânico Sacha Baron Cohen tinha um último personagem para transportar ao cinema, o fashionista austríaco Brüno.

E Brüno, o filme que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta, 14, fica exatamente no meio do caminho entre os dois trabalhos anteriores, colocando famosos reais (como Paula Abdul e o político Ron Paul) em situações constrangedoras, mas também se aventurando pela fantasia explícita.

O roteiro do longa-metragem é vago, mais parecendo uma montagem de vários segmentos curtos de um programa televisivo (não coincidentemente, o personagem nasceu na TV britânica, dentro do Ali G Show, que teve duas temporadas). A história segue as aventuras de Brüno que, depois de perder o emprego como apresentador de um programa de TV em sua terra natal, segue para Hollywood, onde espera ser reconhecido como estrela.

Mas a falta de definição do fio central da história fica em segundo plano. O que importa mesmo são as situações que ele enfrenta no meio do caminho, incluindo: uma fantástica simulação de sexo oral com o fantasma (invisível) de Rob Pilatus, do Milli Vanilli (a dupla do hit "Girl You Know It's True", que caiu no ostracismo depois da denúncia de que apenas dublava suas músicas); a incursão do austríaco em um programa militar de reabilitação; e uma participação em um programa de TV, no qual explica como trocou um iPod por um item essencial para qualquer interessado por moda: um bebê negro.

Tudo pode soar agressivo - e é mesmo. Mas Cohen é cuidadoso o suficiente para não se basear simplesmente no estereótipo gay, fazendo com que cada momento de graça também sirva como um ponto de partida para a discussão sobre preconceitos e hipocrisias do mundo "moderno".

Para Baron Cohen, Brüno também representa um ponto final. Depois de explorar seus três personagens mais famosos, para onde seguirá o humorista? Ainda é possível colocar as pessoas em situações constrangedoras tendo um dos rostos mais conhecidos da comédia mundial? É bom lembrar que Ali G Indahouse - O Filme, filme que não se baseava nesse artifício, não foi bem recebido nem pela crítica nem pelo público. O próximo passo para o artista talvez seja o mais difícil: provar que é maior do que suas criações.