Músico falou sobre o fenômeno recente, assim como voltou a abordar o tema das biografias não-autorizadas
Em nova entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Caetano Veloso, que lança agora o CD e DVD ao vivo do show Abraçaço, comentou temas relevantes do Brasil de hoje, e deu sua opinião sobre o recente fenômeno dos “rolezinhos” que se multiplicaram nos shoppings do país.
Roberto Carlos e Caetano Veloso ganham prêmios no Grammy Latino.
“Só a palavra ‘rolezinho’ (tanto pronunciada à paulista, com o ‘e’ fechado, quanto à baiana, e mesmo carioca, com o ‘e’ aberto) é já uma grande beleza”, observou o músico. “Claro que rolezinhos são a sociedade brasileira se mexendo. Tudo de que ela mais precisa. Essa é a característica que esse fenômeno comparte com as manifestações de junho.”
“Mas acho que a imprensa deixou que se pensasse tratar-se de exibição ostensiva de garotada da periferia em shoppings de alta classe média, dando uma impressão de invasão, quando na verdade são encontros que se dão em shoppings da periferia”, concluiu.
Caetano também mais uma vez falou sobre a questão das biografias não-autorizadas, assunto que o envolveu durante o segundo semestre do ano passado. “Sou contra os artigos 20 e 21 do Código Civil”, afirmou. “Sempre fui, também, contra o desejo de controlar as biografias por parte dos biografados. Detesto a ideia de que meus filhos e netos venham a tomar conta do que se publicar sobre mim depois que eu morrer.”