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Caixinha de música

Saiba como foi o primeiro MB Ao Vivo, evento da rede social musical Melody Box

Por Stella Rodrigues Publicado em 23/05/2011, às 11h43

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João Brasil fazendo seus divertidos mash-ups no MB Ao Vivo - Divulgação/PartyBusters.org
João Brasil fazendo seus divertidos mash-ups no MB Ao Vivo - Divulgação/PartyBusters.org

Alterada em 23/05, às 11h29

O MB Ao Vivo é mais ou menos assim: o que deveria ser uma jukebox acabou transformado em bits e bytes para, depois, escapar do browser e ganhar o mundo real novamente. O evento foi o primeiro acontecimento no mundo real do site Melody Box, que se propõe a ser uma espécie de "Facebook dos sons". A rede social voltada para a música promove a interação entre artistas, fãs e empresários com a intenção de que negócios sejam fechados, músicas sejam conhecidas, fãs promovam sua banda favorita e sejam recompensados com prêmios e, assim, a indústria musical vá girando.

Criado há seis meses e hoje com mais ou menos mil artistas, chegou a hora do Melody Box ganhar as ruas. Então, foi arquitetado o MB ao Vivo, realizado na última quinta, 19, no Circo Voador, Rio de Janeiro. Para animar a festa, foram escolhidos cinco bandas e duas DJs do casting do site e, ainda, os convidados Brasov e João Brasil. O line-up respeitou a proposta da rede social, que é a diversidade: emocore, rock, rock clássico, ritmos regionais, funk carioca e nova MPB estiveram presentes. Aliás, só João Brasil e Brasov já deram conta de colocar quase tudo isso em suas apresentações. O clima, em geral, foi de jam, já que todas as atrações aproveitaram e dividiram o espaço ganho com alguma outra atração, nem que fosse em uma só música. O Circo ajudou, provendo uma boa qualidade sonora em todos os momentos, tanto nos shows, como as discotecagens de Carla Ávila e Marie Bouret, que animaram os poucos e curtos intervalos entre as bandas.

A noite começou tímida, meia hora depois do previsto (às 20h10), com cara de um festival de colégio muito bem produzido. Pouca gente na plateia e muitos covers saindo das caixas de som, mas uma ótima estrutura.

A primeira banda a se apresentar, no palco Brasil, foi a 5 Nós, com sua música pop com variadas influências. Eles trouxeram ao palco, ainda, Chris Gar, que faz voz e violão na banda Bleffe. Queen ("We Will Rock You") e Zélia Duncan ("Não Vá Ainda") passaram pelo repertório dos rapazes.

As pessoas não tiveram muito tempo para curtir o espaço Rock Band, cujo som ecoava pelo Circo toda vez que um show acabava, pela lojinha que vendia CDs e camisetas das atrações, ou pelo espaço "camarim aberto", onde público e artistas se encontravam para trocar uma ideia. Isso porque assim que o 5 Nós acabou de tocar o último acorde, o Drops 96 começou a mandar bala na Tenda MIX. Com letras de temática emocore, os jovens garotos misturaram canções de sua autoria com Linkin Park ("Numb"), The Killers (no encerramento, com "Somebody Told Me"), e até AC/DC, que estava presente por meio da camiseta do guitarrista Márcio, mostrando que o que mandava ali era rock, seja do segmento que for. A impressão que deu, ao final, é que os seis integrantes tomaram energético demais antes de subir ao palco. Difícil saber como não se trombaram, pulando e correndo com tanto vigor e o tempo todo, enquanto tocavam.

Damm foi quem mais se destacou na noite. O cantor subiu ao palco Brasil acompanhado da competente banda Destemido Wallace. Com um estilo animado e cheio de suingue, fez o público dançar com as faixas que lançará em breve, entre elas "Parque", "Amar É" e "Senhorita".

O Quarto Azul, a atração seguinte, tocou para um Circo Voador já um pouquinho mais cheio e empolgado, mostrando seu rock ora clássico, ora modernoso. O destaque da apresentação foi a presença da cantora Ana Clara Horta, que cantou docemente a faixa "Primavera".

Dentre as bandas do Melody Box, sem dúvida, o maior show da noite foi da baiana Maglore. Maior de duração, público e em resposta dos presentes. O público se divertiu e dançou do começo ao fim com o rock dos meninos, que tiveram que estourar o tempo para atender aos muitos pedidos para que não encerrassem o show. "Fica, vai ter mais aplauso!" E eles ficaram, repetindo a faixa mais celebrada da apresentação, "Demodé". Também fizeram parte do set list "Às Vezes um Clichê", com participação da banda Maldita, "Lápis de Carvão" e "Todos os Amores São Iguais".

Brasov colocou fogo na tenda mix. Os performáticos integrantes são muitos - e muito intensos. Dançaram, tocaram, rebolaram, fizeram todo tipo de palhaçada em cima do palco. Misturaram, também, incontáveis ritmos em um só mexidão. Teve foxtrot em "Foxtrot", a sessentista "Spanish Flea" e Roberto Carlos, ídolo supremo do grupo, em "O Show Já Terminou". Isso sem falar em "Mulher Indigesta", de Noel Rosa, o destaque da apresentação.

Ao gosto carioca e ao modo de João Brasil, tudo terminou em funk com a performance do rei dos mash-ups. Pense em uma introdução clássica de rock, pop, música eletrônica: ela toca e, aí, quando você está pronto para começar a letra que conhece tão bem... surpresa! Entra o funk mais inesperado do mundo e - em uma sincronia que faz parecer que as duas músicas eram siamesas e foram separadas em algum momento. Fatboy Slim, Nirvana, ninguém escapou. Logo após "L.O.V.E Banana", que tem participação de Lovefoxxx, o show teve a presença de Letícia Novaes, da dupla Letuce. Trajando uma cabeça de porco, a cantora entrou para dar mais um colorido ao show dançante de João. Ele encerrou com outro sucesso: quando "Cobrinha Fanfarrona" começou a tocar ("olha a cobrinha fanfarrona, ela vai te pegar"), todo mundo já entrou em formação, dançando em fila. O trenzinho saiu dançando pela pista e, quando se desfez, João desceu pessoalmente, ao lado de Letícia, para comandar a festa e encerrar no auge da "fanfarronagem".