Mary Coughlan atacou ligação de frontman do U2 a empresas israelenses no contexto da guerra com o Hamas e se disse "envergonhada" do músico
A cantora irlandesa Mary Coughlan fez duras críticas a Bono por suas ligações a empresas israelenses. As acusações foram feitas ao Sunday World, em que a artista se declarou "envergonhada" do compatriota.
"Eu perdi todo o respeito por ele", disse Coughlan. "A Forbes publicou que seus investimentos em companhias israelenses geraram mais dinheiro para ele que a música nos últimos 20 anos."
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As acusações surgem no contexto da guerra entre Israel e o Hamas, que se estende desde os ataques terroristas do grupo extremista no último dia 7 de outubro. Segundo a artista, o conflito e a resposta dura de Israel à faixa de Gaza não teriam impedido o astro irlandês de investir em empresas do país:
"Mesmo em dezembro do ano passado, depois da coisa toda, ele investiu em uma enorme start-up israelense. Isso diz tudo, na verdade."
A cantora, conhecida por sucessos como "Ancient Rain" e "I'd Rather Go Blind", afirmou que "qualquer um na indústria musical da Irlanda se sente da mesma forma com relação ao U2 neste momento".
Dentre os investimentos recentes citados na reportagem do Sunday World estariam um empréstimo de 45 milhões de dólares de um banco israelense para a compra do hotel The Clarence, em Dubai, do qual Bono é sócio; e o acordo de transmissão da turnê do U2 pela América do Norte através de um aplicativo da Meerkat, empresa israelense que também fornece tecnologia para o exército do país.
Bono, que é conhecido por seu ativismo e pacifismo, chegou a adereçar o conflito recentemente no palco, como quando disse que é "chocante ver o que os filhos de Abraão estão fazendo com os demais". "[Ver] o sofrimento das crianças palestinas após ver o sofrimento das crianças israelenses, é quase demais", declarou. Em outubro, U2mudou a letra de “Pride (In the Name of Love)" para prestar homenagem a quem estava presente em um festival de música quando o local em Israel foi bombardeado.
Mary Coughlan ainda comparou a postura de Bono a de Hozier, que vem assumindo uma posição de preocupação com a Palestina em cada um de seus shows. Questionada pela publicação se acha que Bono se somaria a um pedido de cessar-fogo, a cantira disse que "ele deveria, [mas] não vai, ele não está bem intencionado, é tudo o que tenho a dizer".