Banda escolheu o Brasil para fazer o último show da turnê do álbum Infinite Arms
O Band of Horses conseguiu um público significativo para acompanhar seu show no Beco 203, em São Paulo, na noite de segunda-feira, 21. Pouco mais de um mês depois de uma apresentação sutil, mas bem recebida, no Lollapalooza, a banda voltou ao Brasil para mostrar que suas performances são ainda mais efetivas se mais próximas ao público.
Às 23h10 (dez minutos após o previsto), a introdução de “Factory” já era acompanhada com atenção pelos presentes, que entoaram as letras das maiorias das canções. Segundo informou o vocalista Ben Bridwell, o show na capital paulista foi o último da atual turnê, que rodou o mundo com o terceiro disco, Infinite Arms. Grande trunfo do Band of Horses, o trabalho foi indicado, em 2010, ao Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa. Antes, o conjunto de Seattle já havia lançado Everything All the Time, em 2006, e Cease to Begin, em 2007.
O romantismo exacerbado de Bridwell é intensificado pelas melodias intimistas e pelas letras apaixonadas da maioria das músicas do repertório. O vocalista é carismático e trocou juras de amor com o povo brasileiro. “Este é o melhor show que fazemos em muito tempo”, disse após “No One is Gonna Love You”, e reiterou sua animação logo depois: “Gostaria de levá-los para todo show que fizéssemos”.
Na verdade, o cantor nem precisava dizer no microfone tais palavras. Estava no sorriso que não só ele mas todos da banda estampavam a satisfação em tocar em São Paulo. Bridwell ainda conversou entre uma música e outra com os fãs mais ansiosos que se espremiam junto ao palco, e recolheu diversos bilhetes entregues por eles. Agitado, ele se escondeu durante as primeiras canções atrás da aba de seu boné azul e branco, mas durante a apresentação o tirou algumas vezes. Depois, ele chegou até mesmo a usar um chapéu preto, que jogou ao público após “Infinite Arms”.
O Band of Horses, no entanto, está longe de se resumir a Bridwell. O guitarrista Tyler Ramsey, embora discreto e aparentemente tímido, fez alguns bons solos. Já o tecladista Ryan Monroe brilhou em um dos momentos mais marcantes da apresentação, quando cantou a balada “Older”. O baixista Bill Reynolds estava inquieto, enquanto o baterista Creighton Barrett se mostrou seguro diante do instrumento.
Em poucos momentos a plateia se distraiu. Os refrãos fáceis favoreceram e os corinhos eram sempre chamados pelo frontman, que era acompanhado muitas vezes com as palmas ritmadas vindas principalmente daqueles mais próximos ao palco.
A primeira saída de cena da banda foi após a melancólica “The Funeral”, que no palco se intensificou muito, principalmente devido à participação do público e à sintonia deste com os músicos. Pouco mais de uma hora após o início da apresentação, um agradecimento antecedeu uma pausa de alguns minutos antes de um bis não tão solicitado, mas muito comemorado pelos fãs.
O retorno foi empolgante principalmente com a visceral “Cigarettes, Wedding Bands”. A despedida veio com “Am I a Good Man?”, um adeus digno no qual Bridwell mostrou versatilidade e reiterou a influência folk da banda (em “For Annabelle” ele já havia tirado do bolso uma gaita bem encaixada no arranjo do grupo).
Em clima amistoso, o show chegou ao final às 00h50. Finalizando sua segunda passagem pelo Brasil, o Band of Horses voltará ao estúdio para preparar seu quarto álbum, que deve sair ainda este ano.