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Artistas homenageiam Georges Wolinski, vítima do atentado à sede da revista Charlie Hebdo

Além do famoso cartunista, outros 9 jornalistas e 2 policiais foram mortos

Redação Publicado em 07/01/2015, às 19h55 - Atualizado às 21h03

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Charge de Liniers sobre o atentado ao "Charlie Hebdo" - Liniers
Charge de Liniers sobre o atentado ao "Charlie Hebdo" - Liniers

O trágico atentado à redação da revista francesa “Charlie Hebdo” pode ser avaliado por diversas óticas, no entanto, o fato de Georges Wolinski ter sido uma das 12 vítimas refletiu no universo do cartum como um momento trágico e histórico. Ao longo dessa quarta-feira, 7, diversos cartunistas lamentaram, nas redes sociais, a morte de Wolinski.

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Nascido na Tunísia, em 1934, ele mudou-se para a França aos 13 anos. Começou a publicar as tiras na década de 1960, no também jornal satírico “Hara-Kiri”. Durante a agitação de maio de 1968, fundou a Siné o “L’Enrage”, publicação que inaugurou o viés político da obra dele.

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O ataque, que aconteceu na manhã desta quarta, em Paris, deixou ao menos 10 jornalistas e 2 policiais mortos. De acordo com as autoridades, dois homens encapuzados entraram armados no prédio da revista, realizaram incontáveis disparos e fugiram em um carro. Estuda-se a relação entre o atentado e às charges que ridicularizam lideranças muçulmanas. Em 2011, a redação foi alvo de um incêndio criminoso pela veiculação de caricaturas do profeta Maomé.

Livre, Leve e Solta.

O cartunista brasileiro André Dahamer, ao lamentar o acontecido, destacou a genialidade e a importância de Wolinski: “É como se tivessem matado, no cinema, um Polanski ou um Woody Allen. Era o maior cartunista vivo, o que mais influenciou outros cartunistas. O traço dele foi copiado exaustivamente pelo Fortuna, Henfil, Ziraldo. Se o Pasquim existisse, essa tragédia equivaleria a matar o Jaguar, o Ziraldo, um grande cara desses. Ele é um monumento do cartum francês, a maior escola de cartunistas do mundo. E mataram por nada. Absurdo”.

Veja a repercussão da morte de Georges Wolinski:

Laerte Coutinho: "Wolinski é um mestre para mim, mudou a minha vida. Tive a oportunidade de falar isso para ele em meados dos anos 1990, na Feira do Livro em Bogotá. Ele influenciou com muita intensidade o meu trabalho e o de muitos de meus amigos. Ele foi um grande desenhista, um sujeito que tinha um texto extraordinário e sabia combinar perfeitamente isso, com um tom satírico e político".

JAL: "Mais uma vez, estamos presenciando a barbárie na história humana com o atentado de fundamentalistas islâmicos à revista de sátiras "Charlie Hebdo", que matou 12 pessoas, nesta quarta-feira (7), em Paris. Entre os mortos estão o editor e chargista Charb (Stephane Charbonnier), os desenhistas Cabu, Tignous e o famoso cartunista Wolinski. A revista já havia sofrido um ataque em novembro de 2011, em uma tentativa dos terroristas de incendiar sua sede. (...) Esperamos que esse triste acontecimento seja um exemplo de intolerância a ser varrido das relações humanas para que a morte desses jornalistas e desenhistas não seja em vão".

Chico Caruso: "Quando o Wolinski esteve por aqui, até tomamos um porre. Sou fã dele desde a 'Paulette', em que um velho sofria uma mutação e conseguia uma mulher fenomenal. Era hilário. Todo mundo foi influenciado por ele, desde os anos 1960 e 1970. Tenho até um cartum que ele fez de mim, que é uma relíquia".

Adão Itussurugai: “Georges Wolinski é minha maior influência”, e que hoje é um “triste dia para o jornalismo, o humorismo, a liberdade”.

Allan Sieber: "Completamente chocado com a morte dos cartunistas e jornalista da Charlie Hebdo. Os filhos das putas dos fanáticos mataram o Wolinski. O WOLINSKI, POORA!!!!!!!!".