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Cat Power é recebida com entusiasmo

E Antony and The Johnsons (na chamada, à esquerda) pede poder às mulheres no Auditório do Ibirapuera (SP) no primeiro show do festival, que aconteceu nesta quinta, 25

Por Márcio Cruz Publicado em 29/10/2007, às 15h31

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A cantora Cat Power, ovacionada: "Obrigada, mas eu não mereço todas essas palmas de vocês" - Divulgação
A cantora Cat Power, ovacionada: "Obrigada, mas eu não mereço todas essas palmas de vocês" - Divulgação

Artista de relativo sucesso junto ao público carioca, o robótico Toni Platão, a cargo do primeiro show da noite, que atrasou 40 minutos em função do mau tempo na cidade, teve de se esforçar para cativar a platéia paulista (apenas metade das cadeiras estavam ocupadas) entoando canções do disco Negro Amor (2006), ao passo que Cat Power e Antony and the Johnsons (a banda não tem CDs lançados no país) foram ovacionados.

Vestida de top, calça preta justa, camisa branca e sapatos de salto baixo também brancos, Chan Marshall (nome verdadeiro da cantora) - acompanhada de sua banda, a Dirty Delta Blues - Judah Bauer (guitarra), Gregg Foreman (teclados), Erik Paparazzi (baixo) e Jim Ronald White (bateria) - subiu ao palco saltitante como um coelho e foi recebida com entusiasmo.

Ainda antes do início do show, ela divertia a platéia durante a apresentação da banda feita em áudio por Zuza Homem de Mello, fingindo que fazia um playback dele. Na seqüência, porém, Cat Power deixou clara a insatisfação com o retorno, visitando várias vezes a entrada da coxia. "Essa música vai precisar de bastante 'reverb'", explicava ao público.

Deslizando de um lado ao outro do palco e evitando o canhão de luz frontal, ela entoou "Don't Explain", "Live in Bars" e "The Greatest", canções do álbum The Greatest (2006). Aclamada ao final do espetáculo, ainda distribuiu setlists para a platéia e agradeceu o carinho do público: "Obrigada, mas eu não mereço todas essas palmas de vocês".

Apóiem suas mães!

Também muito à vontade, Antony and The Johnsons foi a terceira e última banda a subir ao palco e pregou uma revolução feminista. O grupo, formado pelo "fantasma gigante branco", o inglês Antony Hegart (piano) e pela banda Johnsons - Julia Kent (violoncelo), Todd Cohen (bateria), Maxim Moston (violino) e Jeff Langston (guitarra e violino) - apresentou uma seleção de seus maiores sucessos, com destaque para "My Lady Story", "For Today I'm a Boy" e uma versão deprimida (claro) de "I Will Survive".

Entre piadas espirituosas e desculpas por não se lembrar de alguns acordes e pela distração, por exemplo, com um breve blackout - "De repente, tudo ficou verde!" -, Antony, que mora nos Estados Unidos, fez um apelo para que o poder seja entregue de vez às mulheres: "Apóiem suas mães! Votem nelas para presidente", conclamou. Antes do bis com "You Are My Sister", o cantor interagiu mais uma vez com a platéia. Só que dessa vez em silêncio. "Eu gostaria de sentir o silêncio de vocês, como se fosse uma floresta para a qual eu possa cantar (como um pássaro)".