Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Cauã Reymond procura inspiração no mundo dos super-heróis para compor André, protagonista de O Caçador

“Eu fiquei pensando no Batman e em um tubarão”, diz ele; a série estreia nesta sexta, 11

Luísa Jubilut Publicado em 11/04/2014, às 18h39 - Atualizado em 12/04/2014, às 22h44

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cauã - Divulgação
Cauã - Divulgação

“Para mim, é sempre o que eu busco como ator, procurar personagens distintos uns dos outros”, diz Cauã Reymond à Rolling Stone Brasil por telefone. A última vez que o público televisivo assistiu ao ator foi na pele de Leandro, de Amores Roubados - taxado como galã por se envolver amorosamente com personagens centrais da série, interpretadas por Ísis Valverde, Dira Paes e Patrícia Pillar. Agora, o ator retorna como André, o protagonista angustiado de O Caçador, que estreia na Globo nesta sexta-feira, 11. Diferente do que viveu com Leandro, Cauã vê André "explorando um lugar mais sexual do que sensual".

Condenado por um crime que não cometeu, o até então agente da Divisão Anti-Sequestro (DAS) da Polícia Militar sai da cadeia depois de passar três anos cumprindo uma pena injusta. Em seguida, descobre que foi expulso da polícia e apontado como traidor pela família "militar", que sempre teve muito orgulho de carregar o distintivo no peito. A solução é trabalhar como caçador de recompensas, “profissão” que pode ajudá-lo a desvendar o que realmente aconteceu durante a operação que lhe custou tudo o que tinha.

André acumulou 14 cicatrizes pelo corpo durante o período em que passou afastado da sociedade. Entre as tatuagens do caçador, que representam “proteção, força e coragem”, a frase “Retroceder Nunca, Render-se Jamais” – título do filme de luta norte-americano estrelado por Jean-Claude Van Damme em 1986 – se destaca, ainda mais por ter partido do próprio Cauã. “Eu me lembro de ver aquele cartaz indo ao cinema e achei o máximo”, diz ele, que na época do lançamento do longa norte-americano tinha apenas seis anos. “Eu achei que tinha tudo a ver com o André, faz parte dessa nova pessoa que sai da cadeia. Ele volta diferente, não necessariamente um cara melhor. Um cara mais frio, com grandes dificuldades de ter um relacionamento afetivo.”

O caso com a cunhada Kátia, interpretada por Cléo Pires, é um dos pilares da trama, dirigida por José Alvarenga e codirigida por Heitor Dhalia. O mesmo acontece com relação do ex-policial com Marinalva - Nanda Costa dá vida a uma ex-prostituta que quer se reencontrar como indivíduo na sociedade e que pode ajudar André na tentativa de provar a inocência. “A gente já tinha trabalhado juntos no Cordel Encantado”, relembra Cauã, que destaca a boa química da dupla formada com Nanda. “Agora estamos nos encontrando em personagens completamente diferentes em O Caçador”.

Para compor André, o ator buscou inspiração em lugares distintos. Na Coordenadoria de Recursos Especiais do Rio de Janeiro (CORE), Cauã teve acesso ao treinamento físico pelo qual todo policial passa: aprendeu a atirar, invadir, reagir a situações de risco e a reagir a assaltos. Peça elementar desta experiência foi o instrutor dele, que coleciona semelhanças com o personagem central da série. “Ele também vinha de uma família de policiais, tinha um irmão delegado, o pai dele era delegado...”, enumera. “Me ajudou a trazer elementos da realidade para a ficção.”

Batman, surpreendentemente, foi outra fonte do ator, que enxerga no super-herói uma carga de angústia latente que André também carrega. “Ele nunca é visto como um herói, como é o Super-Homem, como é o Homem-Aranha. Eles são heróis mais solares”, explica, elegendo o Demolidor como outro justiceiro sombrio. “Eu fiquei pensando no Batman, em um tubarão – um cara que está perseguindo e nunca para - e no parceiro da CORE que me treinou.”

Quando questionado sobre a popularidade do gênero policial no Brasil, Cauã interrompe. “Popular é a comédia”, determina. Segundo ele, apesar de filmes que “explodem” – como Tropa de Elite, Cidade de Deus, Carandiru - o tema ainda não estabeleceu um nicho “como é o da comédia, em termos de público”. “Acho que o brasileiro consome aquilo que a gente dá para ele. Se a gente der coisas de qualidade ele vai lá e consome.” Cauã percebe a preocupação de entregar para o públicos outro gêneros, sem desmerecer a comédia. “Acho que o brasileiro tem que continuar a consumir comédia, é importantíssimo. Fico feliz de ver a indústria nacional se fortalecendo perante a indústria estrangeira.”