Em Belo Horizonte, 8 mil pessoas estiveram no Mineirinho; após partida de quatro horas, o novato Team oNe levou o título de campeão
A final está agendada para 17h. Mas, quando o relógio marca 14h30 em Belo Horizonte, os arredores do Estádio Jornalista Felipe Drummond (o Mineirinho) já estão tomados pelos torcedores. Nas filas, é possível adquirir camisetas, “vuvuzelas” e o que mais for útil para potencializar a torcida. Jogadores que ficaram de fora da grande partida prestigiam o evento e entretêm o público antes do jogo, posando para fotos e autógrafos.
Poderia ser o cenário perfeito para uma partida de Copa do Mundo, se não fosse pelos cosplays em vez da torcida organizada e pelos computadores no lugar da bola. É, na verdade, a final da Segunda Etapa do Campeonato Brasileiro de League of Legends 2017, que aconteceu na capital mineira no último sábado, 2.
Este é o quinto ano da disputa no Brasil. Antes de chegar em Minas Gerais, passou pelo Rio de Janeiro (Maracanãzinho) e por São Paulo (Allianz Parque e Ginásio do Ibirapuera), onde 10 mil espectadores acompanharam a final de 2016.
Nesta edição, oito mil pessoas foram ao Mineirinho para descobrir qual time levaria o prêmio de R$ 70 mil e representaria o Brasil no Campeonato Mundial de League of Legends, que começa no dia 23 de setembro na China. No estádio, o bicampeão nacional paiN Gaming (que levou o prêmio em 2013 e 2015) enfrentou o novato Team oNe e-Sports, que disputou o Brasileirão de LoL pela primeira vez em 2017.
Os times encararam um jogo de cerca de quatro horas, no esquema melhor de cinco. E deu zebra. O Team oNe, novo em todos os sentidos – com apenas um jogador, Bruno “Brucer” Pereira, com mais de 20 anos – venceu, enquanto quase toda a torcida estava dedicada ao oponente. “Nós vamos continuar tentando surpreender vocês”, disse o técnico Vinicius “Neki” Ghilardi, de 21 anos, se referindo à próxima etapa na China.
Espetáculo televisivo
Apesar de a transmissão do evento ter começado às 17h, o início não contou com o tradicional jogo. Uma série de vídeos apresentou uma retrospectiva do campeonato, mostrando como cada equipe tinha chegado até a final.
Antes da partida, houve espaço até mesmo para uma "briga" entre as equipes, em um clipe intitulado Pro x Pro. Nele, cada um dos jogadores teve a oportunidade de fazer uma pergunta afiada para o oponente, deixando florescer a faceta adolescente do campeonato.
Outro momento marcante foi a apresentação da história de Caio “Loop” Almeida, do paiN. No estilo reality show, o jogador teve a trajetória contada por meio de depoimentos emocionados de familiares. Tudo para alimentar os fãs sedentos pelo game e fanáticos pelos astros do LoL.
Digno de Olimpíadas
Além da transmissão, da narração e dos vídeos interativos, a final do CBLoL também contou com um show de abertura digno de uma cerimônia de Olimpíadas. A apresentação foi iniciada com uma forte batida eletrônica que ganhou a interpretação de personagens lúdicos no palco, que levantaram a torcida ao longo do show.
Depois, o Pentakill, banda virtual formada por personagens do game, tomou conta do local com uma apresentação literalmente incendiária. Entre muitos lança chamas, o grupo de heavy metal (que lançou o primeiro disco cheio, Grasp of the Undying, em agosto) tocou duas músicas autorais — "Mortal Reminder" e "Lightbringer" — antes de convidar o paiN e o Team oNe ao palco para dar início à grande partida.
* A jornalista viajou a Belo Horizonte a convite da Riot Games