Central Music anuncia selo dedicado a artistas emergentes: ‘Ponto de convergência de vários mundos’
O hub de música co-fundado em 2023 por Rico Manzano, produtor musical, supervisor musical e músico, une o selo Central Records e o Estúdio Central
Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo)
A Central Music, hub co-fundado por Rico Manzano — produtor musical, supervisor musical e sócio do Estúdio Central/Central Records — em 2023, quer trazer artistas emergente para o centro de São Paulo. A plataforma, que une o selo Central Records e o Estúdio Central trabalha fomentando novos talentos da música brasileira, mas também há espaço para artistas internacionais.
“Somos uma gravadora relativamente nova, mas os profissionais que trabalham com a gente já têm experiência,” explica Manzano à Rolling Stone Brasil. “A nossa localização, que é no centro de São Paulo, também tem um papel importante nisso. O centro da cidade é um ponto de convergência de vários mundos, de muitas culturas e estilos, e, claro, da música urbana. Esse é um ambiente historicamente muito forte para gêneros como o trap, o hip-hop, o funk, além da fusão com a música eletrônica.”
Acreditamos muito em artistas emergentes que estão se destacando na cena urbana. E é interessante porque, às vezes, um artista de trap se interessa por elementos da música brasileira, ou um artista de funk que gosta de arranjos mais complexos.
A diversidade cultural também é um ponto importante para a gravadora. O casting de artistas da Central Records — que cuida da frente de produção, imagem e lançamentos – conta com nomes como Tonyyymon, Thomé, Dj Sophia, Duda Pimenta, Lafetah “e muitos outros que estão chegando,” adianta Manzano.
Ele completa: “Além disso, também trabalhamos por projetos, EP’s ou singles, como, por exemplo, o mais recente lançamento do EP do Mk com Edgar, álbum novo do Moacyr Luz com Gabriel Moura, álbum VemSer da Janvi e o single do Vitrolab com Luísa Nascim.”
A influência da Central Records se estende para artistas internacionais, que procuram o espaço para projetos. Foi o caso de nomes como Don Toliver, rapper e cantor estadunidense, da canadense Jessie Reyes, além do holandês Memphis Depay — que também é jogador de futebol — que gravou com o brasileiro Hariel.
“Recentemente, também gravamos o álbum do Teto e o projeto On The Radar passou por aqui. A cena do trap e do funk tem sido muito presente no nosso trabalho, e temos projetos legais nesse sentido, mas tem algumas coisas que só podemos falar mais para frente,” conta Manzano.
A plataforma tem se dedicado ao fomento da carreira desses artistas, além de entender o artista a longo prazo “porque não temos interesse em apenas explorar o hit do momento. O nosso foco é ajudar a construir uma carreira sólida, pensar em álbuns, EPs, projetos que envolvam parcerias com gente de fora.”

O mundo no centro de São Paulo
São Paulo pode até ser a localização geográfica da gravadora, mas a intensão é se aproximar de todo o Brasil – e do mundo. “Gravamos, por exemplo, o Zudizilla, de Pelotas, que fez um feat com a gente. E o Ramacioti, do Rio, o Ferreira, de Cuiabá… Ou seja, o centro de São Paulo acaba sendo esse ponto de convergência da cena urbana de várias partes do Brasil. Isso é muito forte e isso se reflete na correlação de trabalho e conexão com outros países também,” reflete.
Por exemplo, agora, estamos gravando com os portugueses, já fizemos uns projetos com artistas de Angola, do Congo, e com trap americanos como o Don Toliver. Tivemos a presença do O Nill – um artista brasileiro que gravou com uma música no estúdio em feat com uma banda japonesa. Então, é uma grande loucura, mas no final tudo se conecta de uma maneira única.
“Nosso foco é trabalhar com esses artistas a longo prazo, que têm uma sonoridade única, originalidade, e que estão alinhados com o contemporâneo, mas com um caminho duradouro. Essa é, sem dúvida, nossa principal meta aqui,” finaliza o produtor.
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