Documentário sobre ensaios de Michael Jackson para 50 shows em Londres emplaca na cota de 20 filmes internacionais veiculados no país
Antes de estrear, This Is It, documentário sobre os ensaios de Michael Jackson para a temporada homônima e nunca concretizada, já conseguiu uma façanha: foi aprovado pelo governo chinês.
Isso significa que a obra está incluída na restrita leva de produções internacionais que chega aos cinemas da megapotência oriental, que mantém controle incisivo sobre os filmes exibidos à plateia nacional - a cota máxima, por ano, é de 20 filmes estrangeiros.
O site The Hollywood Reporter informa que o fato foi anunciado por Li Chow, executivo responsável pelo braço chinês da Sony Pictures Releasing Internacional, distribuidora global dos títulos da Sony - que pagou US$ 60 milhões pelos direitos sobre as imagens mostradas em This Is It.
Em entrevista por telefone à equipe do site, Li informou que a Sony local pretende dar o máximo de divulgação possível à fita - o rei do pop tem base fiel de súditos na China. A quantidade de sessões dependerá de quão ágil o departamento for para conseguir as cópias até 28 de outubro, data da estreia global do documentário dirigido por Kenny Ortega (coreógrafo e parceiro criativo da turnê). Segundo dados de 2008, a China tem, aproximadamente, 4,1 mil salas de cinema - o Brasil tem em torno da metade disso.
Governada pelo Partido Comunista, a nação oriental é rígida a respeito da influência estrangeira - sites como o YouTube e o Google, por exemplo, são subjugados à censura de autoridades locais. Em compensação, a pirataria é maciça e bem assimilada por parte considerável do total de 1,3 bilhão de habitantes.
Quando as produções conseguem entrar no pacote anual de 20 filmes, produzem enorme repercussão. Ao faturar 400 milhões de yuans (R$ 105 milhões), Transformers - A Vingança dos Derrotados bateu o recorde mantido, durante 11 anos, por Titanic.
São os dirigentes do China Film Group que decidem os filmes aptos à exibição em circuito chinês. Recentemente, a companhia estatal financiou (US$ 10 milhões, valor digno de cinema indie para os padrões hollywoodianos) a superprodução Jian Guo Da Ye (em chinês, algo como "a fundação de uma república"), épico para comemorar os 60 anos da Revolução Chinesa.