Diretor, que também colaborou no roteiro e na produção, escreveu o texto para o prefácio do livro The Art and Making of The Dark Knight Trilogy o e um fã o postou na internet
Um fã de Batman postou no fórum do site SuperHeroHype um texto publicado por Christopher Nolan no livro The Art and Making of The Dark Knight Trilogy, lançado no último dia 20 para acompanhar a estreia de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge nos estados Unidos.
O diretor, que também colaborou no roteiro e na produção, escreveu isso para o prefácio do livro. Leia abaixo.
“Alfred. Gordon. Lucius. Bruce . . . Wayne. Nomes que passaram a ter tanto significado para mim. Hoje, estou a três semanas de dar meu último adeus a esses personagense ao mundo deles. É o aniversário de nove anos do meu filho. Ele nasceu quando o Tumbler estava sendo montado na minha garagem a partir de peças soltas de um kit. Muitop tempo, muitas mudanças. Uma troca de cenários onde uma arma falsa e um helicóptero eram eventos extraordinários para dias de trabalho em que uma multidão de extras, demolições ou caos aéreo se tornaram familiares.
As pessoas me perguntam se eu sempre planejei uma trilogia. Isso é como perguntar se você planeja crescer, se casar, ter filhos. A resposta é complicada. Quando David e eu começamos a elaborar na história de Bruce, flertamos com o que poderia vir depois e nos afastamos, sem querer olhar muito para o futuro. Eu não queria saber tudo o que Bruce não sabia. Eu queria viver com ele. Eu disse a David e Jonah para colocarem tudo o que sabiam em cada filme que fizemos. Todo o elenco e a equipe colocaram tudo o que tinham no primeiro filme. Nada foi contido. Nada foi guardado para a próxima vez. Eles construíram uma cidade inteira. Então Christian, Michael, Gary, Morgan, Liam e Cillian começaram a viver nela. Christian pegou um pedaço da vida de Bruce Wayne e a tornou completamente convincente. Ele nos levou a mente de um ícone pop e nunca nos deixou notar a natureza imaginativa dos métodos de Bruce.
Nunca pensei que faríamos um segundo - quantas continuações boas existem? Por que rolar esses dados? Mas uma vez que sabia onde eu levaria Bruce, e quando comecei a ter ideias sobre o seu antagonista, se tornou essencial. Nós reunimos o time e retornamos para Gotham. A cidade mudou em três anos. Maior. Mais real. Mais moderna. E uma nova força de caos estava surgindo. O palhaço assustador definitivo, aterrorizantemente trazido à vida por Heath. Não guardamos nada, mas existiam coisas que não tínhamos como fazer no primeiro filme - um uniforme que fosse flexível no pescoço, filmar em Imax. E coisas que tínhamos medo de fazer - destruir o batmóvel, queimar o dinheiro do vilão para mostrar uma completa falta de compromisso pelas motivações convencionais. Nós usamos a suposta segurança de uma sequência como uma licença para deixar a cautela de lado e seguir para as esquinas mais sombrias de Gotham.
Nunca pensei que faríamos um terceiro - existe alguma segunda sequência boa? Mas continuei pensando sobre o fim da jornada de Bruce e, uma vez que David e eu o descobrimos, eu precisava ver por mim mesmo. Nós voltamos para o que nós mal tínhamos coragem de sussurrar naquele começo na minha garagem. Nós estivemos planejando uma trilogia. Eu chamei a todos para mais um tour por Gotham. Quatro anos depois, ainda estava lá. Até parecia um pouco mais limpa, um pouco mais polida. A mansão Wayne fora reconstruída. Rostos familiares retornaram - um pouco mais velhos, um pouco mais sábios... Mas nem tudo era o que parecia.
Gotham estava apodrecendo. Um novo mal borbulhava embaixo da superfície. Bruce pensou que Batman não era mais necessário, mas Bruce estava errado, assim como eu. Batman precisava voltar. Suponho que ele sempre precisará.
Michael, Morgan, Gary, Cillian, Liam, Heath, Christian... Bale. Nomes que passaram a significar tanto para mim. Meu tempo em Gotham, procurando por uma das figuras mais duradouras da cultura pop, tem sido uma das mais desafiadoras e recompensadoras experiências que um cineasta pode esperar ter. Eu vou sentir falta de Batman. Gosto de pensar que ele sentiria minha falta, mas ele nunca foi particularmente sentimental."