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Com formação clássica, Helloween cumpre promessa de show histórico em SP, apesar de falhas técnicas

Problemas com o som interromperam a apresentação por quase trinta minutos, mas plateia saiu satisfeita com a performance do grupo alemão, que aproveitou a noite para gravar novo DVD

Gustavo Silva Publicado em 30/10/2017, às 11h23 - Atualizado às 12h54

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Helloween durante performance no Espaço das Américas, em São Paulo, em 2017 - Reprodução/Facebook/Edu Lawless/Free Pass Entretenimento
Helloween durante performance no Espaço das Américas, em São Paulo, em 2017 - Reprodução/Facebook/Edu Lawless/Free Pass Entretenimento

Desde que o Brasil entrou oficialmente na rota de shows internacionais de metal, já tivemos atrações para todos os gostos – do underground mais “tosco” a nomes que só cabem em estádios. Poucas vezes, contudo, houve tanta comoção como aconteceu com esta turnê do Helloween. A Pumpkins United trouxe a banda ao país com a adição do vocalista e guitarrista Kai Hansen e do vocalista Michael Kiske, integrantes da formação clássica do grupo. Os ingressos para os dois shows realizados em São Paulo (no sábado, 28, e no domingo, 29) se esgotaram rapidamente, fato que provavelmente pesou para que os alemães decidissem gravassem um novo DVD na capital paulista.

Na apresentação do domingo, 29, o Helloween executou canções de todas as fases do grupo, com destaque para as duas partes de Keeper of the Seven Keys, (a primeira delas chega aos 30 anos em 2017). A faixa-título, em versão estendida, e “Halloween”, que veio bem a calhar com a proximidade da data, ocuparam juntas mais de trinta minutos do setlist. O tempo de duração, porém, nunca foi uma questão, já que a ideia era que o show chegasse a quase três horas.

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A expectativa era grande em relação à performance de Kiske, que, logo no primeiro show da turnê, no México, apresentou problemas de saúde. Desde então, a banda encurtou o setlist. Da programação tida como original, apenas “Kids of the Century” ficou de fora, mas foi substituída pela balada “Forever and One”, cantada na voz de Andi Deris, vocalista que lidera o Helloween há mais de 20 anos.

Os debates comparando as fases e as performances de Deris e Kiske no Helloween são eternos. O show em São Paulo serviu como um apaziguador de torcidas. No palco, ambos os vocalistas se mostram muito competentes, com a agressividade de Deris compensando as notas mais altas que fizeram de Kiske uma referência dentro do metal melódico, estilo do qual o Helloween assina a paternidade. A dupla se alternou para cantar faixas de suas respectivas fases, mas também dividiu o microfone em clássicos como “Dr. Stein” e “I Want Out”.

Muito menos badalado por suas habilidades no vocal, Kai Hansen assumiu a responsabilidade para si na hora do medley com “Startlight”, “Ride the Sky”, “Judas” e “Heavy Metal (is the Law)”, da fase em que o grupo soava como uma versão aditivada da escola do heavy metal britânico. Nesse momento, uma pane geral interrompeu todo o sistema de som da casa. A banda seguiu normalmente com a performance e só se deu conta do problema vários minutos depois. O Helloween saiu do palco e voltou em pouco menos de 10 minutos para repetir a execução, que voltou a ser prejudicada por uma nova pane geral. Levou cerca de meia hora para realmente solucionar o problema, mas Kiske manteve o bom humor: “Isso é o tipo de coisa de que vamos lembrar daqui dez ou 15 anos”, disse o vocalista, pedindo desculpas pelo inconveniente.

Ainda que com dificuldades técnicas, o Helloween cumpriu com o que era esperado e entregou um show histórico. Apesar de as músicas mais novas, como as genéricas “Are You Metal?” e “Waiting for the Thunder” não terem causado tanta comoção, pérolas como “Power” e “Sole Survivor” levantaram a voz do público, enquanto a pedrada “How Many Tears” fez com que os mais nostálgicos e bem dispostos se arriscassem em um princípio de roda de pogo. O grupo ainda faz show na terça, 31 (noite de Halloween), no Pepsi on Stage, em Porto Alegre.