“Ao longo da nossa história, os lançamentos tinham um principal objetivo: possibilitar que a música existisse", afirma Giorgio Giannini
Na música, o artista divide o protagonismo com o próprio trabalho. Mas, apesar de fundamentais, os instrumentos utilizados para compor e mostrar essa obra talvez sejam reconhecidos apenas por quem os utiliza. Uma boa ferramenta serve de chão para que se materialize o talento do músico. Pautada pelo dever de produzir essa ferramenta, a Giannini comemora 115 anos, tendo atuado como uma importante coadjuvante da produção musical brasileira.
Giorgio Giannini, presidente da companhia e sobrinho-neto do fundador dela, Tranquillo Giannini, analisa a longevidade da empresa familiar, que sobreviveu e se adaptou aos desafios impostos por cenários diversos, crises econômicas e mudanças na política industrial do país.
“A Giannini começou como uma pequena luthieria na Avenida São João, no centro de São Paulo. E, em todo esse tempo, sempre tivemos em mente a noção de que o negócio leva o nome da nossa família e que é preciso se ter cuidado com tudo que é produzido. É, sobretudo, uma questão de responsabilidade”, explica Giorgio, que, sob seus cabelos brancos, guarda um verdadeiro arquivo a respeito da história da MPB.
A importância da Giannini para a música brasileira é análoga à dos instrumentos para os músicos: a empresa se dedicou a disponibilizar os subsídios materiais para que a MPB evoluísse, inclusive tecnologicamente. “Ao longo da nossa história, os lançamentos tinham um principal objetivo: possibilitar que a música existisse. Sempre tivemos diálogo aberto com os artistas, e é em função das demandas vindas dessa relação que pensamos qual será nosso próximo passo.”