Cantor completaria sete décadas de vida em 8 de dezembro de 2013
Neste domingo, 8, dia em que Jim Morrison completaria 70 anos, é difícil imaginar como estaria o cantor na versão 2013. Talvez fisicamente estivesse parecido com Kris Kristofferson, ainda com os cabelos razoavelmente longos e com a barba grisalha. Mais maduro, é claro, mas ainda charmoso. Se tivesse sobrevivido, talvez Morrison tivesse abandonado a vida louca de rockstar e o consumo de álcool. Talvez tivesse se tornado um cineasta independente ou então um poeta em tempo integral. O cantor, nascido James Douglas Morrison em Melbourne (Flórida), no dia 8 de dezembro de 1943, sempre foi um astro do rock que não seguia fórmulas estabelecidas. Quando adolescente, Morrison não era particularmente interessado em Elvis Presley, Chuck Berry e outros ícones do rock. Não era um roqueiro, mas um candidato a beatnik que gostava de blues e jazz. O homem de frente do The Doors era fã de Frank Sinatra e adquiriu dele o estilo crooner de cantar. Ao contrário da maioria esmagadora de jovens de sua idade, Morrison também não foi seduzido pelos Beatles. Não foi compelido a formar uma banda de rock. Se o tecladista Ray Manzarek não tivesse convencido Morrison de que sua poesia ficaria boa se ganhasse melodia, talvez ele nem tivesse se tornado músico.
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O cantor era muito identificado com a cultura nativa do país onde nasceu e o shamanismo sempre pautou a música e a perfomance dele no palco. As letras faziam referências a serpentes, lagartos, deserto e coisa áridas. E quando o Doors se apresentava ao vivo, durante algum break instrumental, Morrison fazia a chamada “dança fantasma”.
Para além da música, o homem alcançou o posto de um dos maiores símbolos sexuais da história do rock - e ele era naturalmente mulherengo. Não era difícil para o cantor atrair groupies. Morrison sofreu diversos processos de paternidade, mas nenhum deles apontou nada concreto. Dentre as conquistas amorosas do astro estiveram as cantoras Janis Joplin, Grace Slick (Jefferson Airplane), Nico (Velvet Underground) e a jornalista Gloria Stavers (editora da Sixteen Magazine, que ajudou a transformar Morrison em um ídolo entre o público adolescente). Mas duas mulheres marcaram a vida dele. Pamela Courson era a namorada oficial. Moravam juntos, mas o relacionamento não era fácil e brigas e agressões eram constantes. Pamela perdoava a infidelidade de Morrison, e ele sempre voltava para ela. Outra mulher importante foi a autora Patricia Kennealy. Eles chegaram até se “casar” em uma cerimônia celta, mas a união nunca foi reconhecida oficialmente.
Jim Morrison foi provavelmente o rockstar menos materialista de todos os tempos. Apesar de sua conta bancária estar sempre recheada com a renda proveniente das altas vendagens de discos e bilheteria das apresentações que o Doors fazia, o vocalista não ostentava. Morrison nunca teve casa própria. Depois que saiu da casa dos pais, ele se dividia entre passar o tempo em hotéis ou na casa de amigos. Mas quando não estava na estrada era mais fácil encontrar Morrison no apartamento que dividia com Pamela Courson.
Já com a família, a relação de Morrison sempre foi complicada. O pai era um almirante da marinha dos Estados Unidos e não gostava das inclinações musicais do filho. Quando o The Doors estourou, Morrison falava a imprensa que o pai tinha morrido, o que não era verdade. A partir daí, o contato do cantor com os familiares foi praticamente inexistente. Depois da polêmica de “The End”, onde ele fala “pai, eu quero te matar”, ele passou a ser indagado sobre seus familiares. Mas o cantor era curto e grosso, dizendo que não falava sobre esse assunto.
Os últimos anos de Jim Morrison foram bem difíceis. Em março de 1969, ele foi acusado de ter exibido o membro sexual no palco em um show em Miami. Morrison, que havia engordado e escondia o rosto por trás de uma espessa barba e óculos escuros, agora entrava e saia de tribunais. Em setembro de 1970, foi condenado a seis meses de prisão, mas apelou da sentença. Quando foi permitido que ele saísse dos Estados Unidos, foi passar uma temporada em Paris ao lado de Pamela Courson.
A morte de Jim Morrison ainda é um assunto polêmico, Ninguém sabe se foi overdose de heroína ou um ataque cardíaco (esta foi a versão oficial da polícia – uma autópsia nunca foi feita no corpo de Morrison). O fato é que no dia 3 de julho de 1971 ele foi encontrado morto aos 27 anos na banheira do apartamento onde morava em Paris. O corpo foi enterrado na capital francesa, no cemitério Père-Lachaise. O túmulo de Morrison é o mais visitado do local.