Jogo é um dos maiores da história da indústria
Nesta sexta, 19, foi lançado The Last of Us Part II, um dos jogos mais aguardados da atual geração de consoles, talvez até mesmo de toda a história da indústria dos games. Isso acontece porque, além da desenvolvedora Naughty Dog ser de extrema competência, o antecessor, lançado para PlaySation 3, fez história e ajudou a revolucionar a narrativa cinematográfica dos jogos.
O primeiro e revolucionário The Last of Us chegou ao mundo no dia 14 de junho de 2013 e tem a impressionante nota 95 no Metacritic, site que reúne críticas de diversos veículos. Três semanas após o lançamento, o game vendeu 3,4 milhões de unidades no mundo, como a Sony divulgou. Nenhum desses dois números são exagerados. Particularmente, o jogo é o meu favorito e uma das minhas melhores experiências com videogame.
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Quando foi anunciado, The Last of Us já precisava superar alguns obstáculos, porque a Naughty Dog vinha em uma sequência de ótimos lançamentos: Uncharted 2, em 2009, e Uncharted3, em 2011. Mas dentre as duas franquias da desenvolvedora, uma é de ação e aventura, no melhor estilo Indiana Jones, e a outra, um drama com ação e aventura.
Além disso, até junho de 2013, o PlayStation 3 tinha vários jogos icônicos, de peso e que entraram para a história, como Red Dead Redemption, Batman: Arkham City, Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots, BioShock Infinite, GTA IV, The Elder Scrolls V: Skyrim, entre outros.
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Como sabemos, The Last of Us superou as expectativas da grande maioria do público e crítica e conseguiu ficar lado a lado desses grandes lançamentos da geração.
De longe, o carro-chefe de The Last of Us, aquilo responsável por guiar o game, é a narrativa cinematográfica dele.
A história do jogo é o que o torna tão especial, único e revolucionário. Toda construção e caminhada da narrativa pode deixar até o mais coração duro na Terra ficar cativado, se emocionar e identificar com os personagens, porque eles são humanos, cheios de anseios, medos, aflições, alegrias e traumas.
A sinopse do game conta que Joel, "encarregado de levar Ellie, uma menina de quatorze anos de idade, com coragem além do comum, a um local designado em troca de armas, sem saber, o que começa como uma simples tarefa para entregar Ellie para outra zona de quarentena, logo se transforma em uma profunda jornada que irá mudar para sempre a vida dos dois".
Na maioria do jogo, você acompanha Joel e Ellie. Outras vezes algum deles sozinhos ou ambos acompanhados de um terceiro personagem, mas o foco é na história deles, de como um homem desolado que perdeu a filha encontra refúgio e família na menina que era apenas um serviço.
No entanto, não é só nos principais que a essência de The Last of Us se encontra. Os personagens secundários são igualmente ricos e complexos. Com Tess, você aprende que Joel conseguiu se identificar com outra pessoa, com Bill, você entende que o protagonista não é preparado para qualquer momento, com Tommy, você vê as inseguranças dele e toda a agonia dentro do coração.
Até hoje, nenhuma desenvolvedora conseguiu trazer toda essa carga emotiva, humanidade e complexidade para diálogos e personagens de um game, como fez a Naughty Dog com a obra de 2013.
No entanto, o jogo conseguiu revolucionar esse tipo de narrativa na indústria. Jogos como Uncharted 4, Night in the Woods, Detroit: Become Human, Life Is Strange, entre muitos outros games incríveis trouxeram histórias emocionantes, complexas, e dignas de ganhar todo e qualquer prêmio no mundo.
Os personagens foram mecionados no tópico de cima, mas vale criar um próprio para falar só deles.
A Naughty Dog conseguiu criar algo único com os personagens de The Last of Us. Ao jogar, você sente que eles fazem parte daquele mundo destruído pelo vírus Cordyceps. O jogador consegue sentir a dor e o trauma de Joel quando Sarah, filha dele, morre, consegue sentir a urgência de Tess quando ela fala para o protagonista sobre a urgência de aceitar o trabalho de levar a Ellie para os vagalumes e o peso do sacrifício dela.
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Além disso, o relacionamento de Joel e Ellie teve uma evolução linda. No começo, os dois se estranhavam e sempre eram grossos um com o outro. Com o passar do tempo, eles começam a conversar, sobre qualquer assunto, e entendem poder confiar no outro. Ambos passam a ter uma relação de pai e filha.
Também, quando os dois dialogam quando o jogador explora os locais abandonados e evelhecidos, qualquer coisa que sai da boca deles é de se apreciar. Até mesmo as minúcias da história são repletas de momentos ótimos. Como esquecer da Ellie tentando assobiar, ou ela pedindo para Joel ensiná-la a tocar violão. Esses e outros momentos fazem que The Last of Us pareça mais crível ainda.
O que falar da trilha sonora de The Last of Us?
Composta pelo argentino Gustavo Santaolalla, que voltou para a Part II, a trilha sonora do game simplesmente acompanha toda a grandeza trazida pela história, personagens e jogabilidade.
A música tema do jogo, intitulada "The Last of Us", faz qualquer um arrepiar. Ela é original, emocionante e, por mais que não seja dita nem uma palavra na canção, ela fala muito sobre a experiência da obra.
+++ A PLAYLIST DO RUBEL