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Como Maisie Williams usou a ausência do pai para criar Arya Stark

Em entrevista, a atriz falou também sobre a forma como viver a personagem durante os anos de adolescência afetou sua vida pessoal

Rolling Stone EUA Publicado em 26/03/2019, às 12h34

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Maisie Williams como Arya Stark em Game of Thrones (Foto:Reprodução)
Maisie Williams como Arya Stark em Game of Thrones (Foto:Reprodução)

Desde seus 12 anos, Maisie Williams interpreta Arya Stark na série de sucesso estrondoso Game of Thrones. Hoje, com quase 22, ela olha para trás e reflete sobre as questões pessoais que a ajudaram a dar vida à personagem, e também sobre as diversas formas em que o papel afetou sua vida pessoal.

Em entrevista à Rolling Stone EUA, ela lembra de quando era criança, rondando pelas ruas inglesas de Bristol, das dificuldades financeiras que passou e de certos acontecimentos obscuros que, apesar de mencionar, opta por não explicar. Ela saiu da casa dos pais aos 16, não para se afastar da família, mas para ter seu próprio espaço.

+++ Tudo que sabemos sobre a 8ª temporada de Game of Thrones

Com um pai biológico ausente, ela recorda uma certa “hostilidade” em seu passado. “Foi uma situação que eu, meus irmãos e minha mãe enfrentamos juntos. Isso nos tornou muito mais próximos uns dos outros, mas não fez com que as coisas fossem mais fáceis”, afirma, negando o pedido por mais detalhes.

Todas essas experiências encontraram uma forma de serem usadas na criação de Arya e sua capacidade de ser violenta de forma frenética e cauculista. “Eu trouxe à tona muitas emoções reais que senti na minha vida pessoal”, conta Maisie. “As pessoas sempre me perguntavam como eu conseguia, e de onde eu tirava inspiração. Eles não fazem ideia do que foi meu passado.”

E completa: “É muito libertador explorar essas emoções em um ambiente seguro. Me ajudou muito quando eu tinha uns 12, 13.”

As gravações da oitava e última temporada acabaram, e isso abre um leque quase que infinito para a jovem atriz.  Mas ela garante que precisa de um tempo e uma certa distância das câmeras, e seu cabelo pintado de rosa reflete essa decisão, já que dificulta as chances de conseguir um papel.

Falando em rosa, ela lembra também de sentir vergonha em admitir que essa era sua cor favorita. “Por muito tempo eu fingi que era verde. Achava que não seria feminista se gostasse de rosa. Então percebi que achar isso era muito estúpido”, explica.

Hoje em dia, seu celular, seu computador e boa parte de suas roupas são rosa. Uma forma de se libertar dos anos de sua adolescência em que vestiu apenas alguns tons de marrom-sujo nas filmagens de Game of Thrones. E sobre o figurino, com certeza ela tem algumas ressalvas. 

Conforme os anos passavam, seu corpo começou a se desenvolver, como acontece com qualquer menina que deixa de ser criança, mas as vestimentas necessárias para interpretar Arya, além de desconfortáveis, agiam de forma a anular essa evolução que seu corpo naturalmente recebia.

“Eu estava me tornando uma mulher”, ela afirma com um certo pesar na voz, imaginando todas as peças de roupa e acessórios que precisou vestir para esconder suas novas curvas. “Eu tinha 15 anos, e só queria ser uma menina e ter um namorado. Essa parte foi bem ruim.”

Também em conversa com a Rolling Stone EUA, Sophie Turner, a Sansa Stark, comparou Harvey Weinstein aos vilões da série.

A 8ª temporada de Game of Thrones começa a ser transmitida pela HBO em abril. (Foto acima: HBO/Reprodução)