The Eras Tour

Como Taylor Swift ganhou confiança no palco após críticas, segundo coreógrafa

Segundo Mandy Moore, a “má reputação” de Swift na dança a deixava “realmente louca”

Gabriela Nangino (@gabinangino)

Taylor Swift na The Eras Tour, em 2023
Taylor Swift (Foto: Buda Mendes / TAS23 / Getty Images for TAS Rights Management)

Em 2025, Taylor Swift se tornou a primeira artista a dominar o Top 10 da Billboard Hot 100 com músicas de três álbuns diferentes, Midnights, The Tortured Poets Department e The Life of a Showgirl. A The Eras Tour, turnê iniciada em 2023, ofereceu aos fãs uma retrospectiva da trajetória de Swift e consolidou a artista como uma potência econômica sem precedentes: a série de shows quebrou o recorde como maior bilheteria de todos os tempos e gerou mais de US$ 2 bilhões em receita.

Apesar do sucesso inegável nas paradas musicais, Swift é frequentemente criticada nas redes sociais por sua falta de habilidade de dança. Desde o seu retorno aos palcos, diversos internautas publicaram vídeos ridicularizando suas habilidades limitadas como dançarina e falta de coordenação motora.

Nos bastidores da The Eras Tour, está Samantha Jo “Mandy” Moore. Uma das coreógrafas mais influentes de Hollywood, Moore tem 49 anos e também é dançarina, produtora e instrutora de dança.

Ela é aclamada por seu trabalho em programas de TV como Dancing With the Stars e So You Think You Can Dance, e ganhou ainda mais reconhecimento por O Lado Bom da Vida (2012) e La La Land: Cantando Estações (2017) — que, segundo a crítica, revitalizou o gênero dos musicais na indústria cinematográfica moderna.

Em entrevista ao The New York Times, Moore conversou sobre a jornada de Taylor Swift para se tornar mais confiante na dança. “Ela tinha uma má reputação por muito tempo em relação à sua dança, então ela estava realmente preocupada”, disse (via NME).

“Então, nós mudamos o foco para como o movimento já estava se manifestando em seu corpo — a maneira como ela naturalmente queria se mover. E então ajustamos isso: ‘OK, isso parece um pouco estranho com seus ombros’, ou ‘vamos esticar seu joelho aqui’.”

Moore afirma que a cantora sentia uma pressão enorme sobre o próprio desempenho. Agora, ela elogia a perseverança e dedicação de Swift durante todo o processo de desenvolvimento na dança. “Ela trabalha muito duro. Tudo o que eu colocava, ela captava. E ela é muito clara sobre o que quer, o que eu adoro. Descobri que não consigo criar sem ter alguns parâmetros. Essa coisa de ‘faça o que quiser’, para mim, parece um caos.”

Mandy Moore no World Of Dance Industry Awards em Los Angeles, California (Foto: Greg Doherty/Getty Images)
Mandy Moore no World Of Dance Industry Awards em Los Angeles, California (Foto: Greg Doherty/Getty Images)

Além de coreografar The Eras Tour, Moore já foi indicada oito vezes ao Emmy de Melhor Coreografia, e venceu em três ocasiões. Em 2025, ela também foi responsável pelo videoclipe de “The Fate of Ophelia”, faixa de abertura do álbum mais recente de Swift, The Life of A Showgirl.

The Life of A Showgirl foi recebido de forma controversa pelos fãs e pela crítica. Enquanto alguns veículos elogiaram as letras divertidas e a sonoridade pop das canções, outros criticaram a semelhança com trabalhos de diferentes artistas e a fragilidade lírica das faixas.

Em resposta, Swift disse à Apple Music: “Eu acolho o caos. A regra do show business é: se for a primeira semana de lançamento do meu álbum e você disser meu nome ou o título do meu álbum, você está ajudando”.

Ela continuou: “Tenho muito respeito pelas opiniões subjetivas das pessoas sobre arte — não sou a polícia da arte. Todos têm o direito de sentir exatamente como quiserem, e nosso objetivo como artistas é ser um espelho. Muitas vezes, um álbum é uma maneira muito, muito selvagem de se olhar — o que você está passando na vida vai afetar sua identificação com a música que estou lançando em um determinado momento.”

+++ LEIA MAIS: Os 6 piores versos de ‘The Life of a Showgirl’, de Taylor Swift, segundo Rolling Stone

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo, Gabriela é mineira e apaixonada por arte e cultura. Ela também já foi dançarina e seu principal hobbie é conhecer todos os cinemas de rua de SP. Foi estagiária no Jornal da USP e, na Rolling Stone Brasil, fala sobre música, filmes e séries.
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