Aproveitando a passagem pela Virada Cultural Paulista, grupo lança com exclusividade no site da Rolling Stone Brasil o clipe da música “Perfect Game”
O primeiro disco do grupo alemão de indie rock Tusq foi lançado em 2010, e já no ano seguinte a banda pôs as guitarras no avião e veio ao Brasil. Por aqui, eles fizeram sete shows, algumas amizades e ganharam entrosamento tocando juntos. “A banda agora está bem melhor do que quando estivemos aí, há dois anos e meio”, conta o guitarrista Timo Sauer, em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil. Com um segundo – e mais bem resolvido – álbum lançado, o Tusq volta ao país para se apresentar em sete cidades do estado de São Paulo, tocando nos dois fins de semana da Virada Cultural Paulista.
“Nunca ouvimos falar desse festival que vocês têm aí”, diz Sauer, sobre a Virada. “Mas sabemos que vamos tocar com bandas que parecem ser grandes aí.” Em Botucatu e Mogi-Mirim, o Tusq, “abre” para o Titãs; em Santa Barbara D'Oeste, para o Ira!; e em Jundiaí, para o Ultraje A Rigor. “Ouvimos uma coisa ou outra. Nada mais, não temos um disco deles, ou coisa do tipo”, ele afirma sobre os grupos brasileiros.
Com modéstia e cautela, Sauer parece saber muito bem como se portar quando é visita. “A primeira coisa que você tem que saber é que a plateia não está esperando por você, mas sim pela banda principal”, ele pondera. “Então, de algum jeito, você tem que ter um bom jogo de cintura e mostrar que é apenas um convidado e quer simplesmente mostrar sua música.” Na Europa, a banda alemã já abriu para grupos como o Teenage Fanclub e o New Model Army.
Junto à vinda ao Brasil, o Tusq lança (com exclusividade no site da Rolling Stone Brasil) o vídeo de “Perfect Game”, primeira faixa do mais recente disco, Hailuoto (2013). A produção do clipe é assinada pelo brasileiro Tiago Kuurtz. Assista abaixo:
Tusq: Perfect Game from tusq on Vimeo.
Hailuoto
Para gravar o segundo álbum da carreira (que, como o primeiro, é cantado em inglês) o Tusq partiu para a ilha de Hailuoto, na Finlândia. Convivendo com muito gelo e “um pôr-do-sol lindo”, a banda se aprofundou em guitarras estridentes, melodias mais pop e arranjos grandiosos, criando um disco mais íntimo e bem resolvido. “Acho que é mais melancólico que o primeiro”, comenta Sauer.
Devido ao isolamento dos integrantes durante o período de gravação, o guitarrista acha difícil pontuar as influências do disco. “Tocamos o que vem de nós – e o que gostamos”, confessa. “Eu não penso muito em algo do tipo ‘Ah isso é a minha influência’, ou ‘Ah, é assim que eu quero soar’. Eu nunca penso nisso. Mas, claro, eu ouço coisas e provavelmente as copio ou as adapto, de alguma maneira. Mas não faço isso com intenção. Simplesmente acontece.”
Quando a reportagem sugere que o som da banda – e principalmente, do guitarrista – havia se aproximado sonoramente de alguns grupos dos anos 1980, Sauer concorda. “Sim, ouvimos muito New Order, Joy Division, até mesmo o The Cure e, claro, o U2.”
Veja abaixo o making of das gravações de Hailuoto:
Tusq: Making Of Hailuoto from tusq on Vimeo.
Ser músico na Alemanha
“Não é fácil ter uma banda de rock, mesmo nos dias de hoje”, afirma o guitarrista, atentando para o fato de que as grandes bandas europeias vão com muita facilidade a países como a Alemanha, provocando uma dura concorrência com os shows dos grupos locais menores. “É difícil, mas para a gente não faz diferença, porque não temos escolha”, ele acredita. “Nós gostamos do que fazemos. Teríamos uma banda de qualquer jeito.”
Shows no Brasil
“[Nos últimos anos] nós tocamos muito juntos. Então, acho que os shows estão melhores”, diz Sauer. Ele promete mostrar, na mesma medida, músicas dos dois discos da banda. Quanto ao que espera nos shows daqui, ele prefere se manter tranquilo quanto às possibilidades. “Nós não costumamos criar expectativas em relação a nada”, ele declara. “Mas, sim, nós estivemos por aí e foi bem bacana. As pessoas estavam bem entusiasmadas, eram barulhentas, gostavam de dançar, de cantar, de gritar. Acho que é muito legal estar em uma banda quando você recebe algo de volta da plateia.”
Parecendo dosar sinceridade, confiança e bom humor nas palavras, Sauer pergunta sobre o clima em São Paulo, sobre a Virada Paulista e diz que “o tempo vai passar muito rápido” até a hora dos shows do Tusq no Brasil. Com mais serenidade, e pensando antes de falar, ele conclui: “Não criamos a banda para ter sucesso ou nos tornarmos grandes ou qualquer coisa do tipo. Queremos fazer música. A nossa música. E queremos viajar o mundo, se for possível, para tocar nossa música”.
Além dos shows da Virada, o Tusq se apresenta na sexta, 23, em Araraquara, nos dias 28 (sendo este um pocket show) e 29 em São Paulo, e no dia 30 em Santos. Veja abaixo o roteiro dos alemães pelo Brasil:
TUSQ NO BRASIL
Araraquara
23 de maio (sexta-feira)
Almanaque Bar & Club – Rua Gonçalves Dias, 747, Centro
Ingressos: entre R$ 20 e R$ 30
Botucatu
24 de maio (sábado)
Virada Cultural Paulista
Jundiaí
25 de maio (domingo)
Virada Cultural Paulista
São Paulo
28 de maio (quarta-feira)
Sensorial Discos (pocket-show) – Rua Augusta, 2389, Jardins
29 de maio (quinta-feira)
Da Leoni – Rua Augusta, 591, Consolação
Ingressos: entre R$ 10 e R$ 20
Santos
30 de maio (sexta-feira)
Studio Rock Café – Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 110
Mogi Mirim
31 de maio (sábado)
Virada Cultural Paulista
Santa Barbara D'Oeste
1º de junho (domingo)
Virada Cultural Paulista