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Coronavírus, medo e incerteza: a importância da arte em momentos de caos [ANÁLISE]

Em época de grandes rupturas, produtos culturais refletem as incertezas da sociedade

Camilla Millan Publicado em 21/03/2020, às 12h00

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Marco G. Di Marco, guitarrista italiano, tocando na varanda do apartamento durante a quarentena (Foto: Reprodução/YouTube)
Marco G. Di Marco, guitarrista italiano, tocando na varanda do apartamento durante a quarentena (Foto: Reprodução/YouTube)

Coronavírus, crise econômica e, entre outros fatores, formam o contexto atual no qual o desespero e o caos tomam conta da sociedade - uma ruptura da ordem rotineira da vida. No entanto, o pânico também pode se transformar em arte. Inspiradores, irônicos, cômicos ou não, produtos culturais já se baseiam na atual pandemia, como o recém-anunciado Corona Zombies.

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Na situação atual, a própria arte tem se modificado. Com a recomendação de não sair de casa e o adiamento de estreias e eventos culturais, como o Lollapalooza, bandas fazem shows online. Um exemplo é o grupo de metal Code Orange, que usou o Twitch, plataforma de vídeo da Amazon, para fazer um show de graça para 13 mil pessoas - simultaneamente. 

Aulas de música e dança também têm explorado outras possibilidades, como, por exemplo, lives e videochamadas - alternativas para a sociedade continuar e ressignificar a produção artística e intelectual.

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Com o coronavírus, a arte tem sido explorada das varandas e janelas das casas e apartamentos ao redor do mundo. A música compartilhada entre os vizinhos tem sido uma nova forma de estabelece vínculos durante a quarentena. 

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Na Itália, um dos países mais afetados pela pandemia, vídeos de pessoas se unindo para tocar e cantar já viralizam nas redes sociais.

Diante do pânico e caos, a arte vincula, preenche o espaço deixado vazio pelo isolamento social e serve de companhia. Segundo a pesquisadora Chrsitine Greiner, o "Homem produz  manifestações artísticas em busca de sobrevivência". Em momento de ruptura, a arte migra da condição de possibilidade para necessidade.

O impacto da atual pandemia de coronavírus é vislumbre do momento em que o medo vira arte. Alguns exemplos são os diversos filmes sobre conflitos mundiais, como os icônicos Bastardos Inglórios (2009, Quentin Tarantino) e Guerra ao Terror (2008, Kathryn Bigelow).

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Veja a seguir alguns exemplos de momentos caóticos transformados em produções artísticas:

O artista tcheco Filip Hodas, conhecido por Hoodass, levou o cenário apocalíptico para a cultura pop em um futuro distópico com ícones do entretenimento abandonados.

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Na poesia, Vinícius de Moraes escreveu, pouco após a 2.ª Guerra Mundial, um dos poemas mais emblemáticos da carreira: Rosa de Hiroshima. O registro é um protesto sobre as explosões de bombas atômicas ocorridas na cidade de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, durante o conflito mundial ocorrido entre 1939 e 1945.

O poema, mais tarde, virou música interpretada por Ney Matogrossona época em que integrava o grupo Secos e Molhados.

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A explosão na usina nuclear de Chernobyl também foi palco de outras produções artísticas. Para além de filmes, como Chernobyl(2012), o maior acidente nuclear da história é tema de fotografias artísticas e, atualmente, virou espaço de arte.

A tragédia aconteceu em 1986, na Ucrânica. No entanto, em 2016, um artista utilizou uma das paredes da usina para pintar um mural. A obra de arte do artista australiano Guido Van Helten foi realizada em homenagem a Igor Kostin, um dos cinco fotógrafos autorizados a registrar o desastre no dia ocorrido.

Arte Chernobyl divulgacao

Outro exemplo é Alemanha Ano Zero (1948, Roberto Rossellini), uma produção muito próximo à realidade da Segunda Guerra Mundial. A obra foi gravada três anos após o conflito, e mostra as consequências do evento: Berlim destruída por bombardeios e ocupações aliadas. 

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Sobre uma criança alemã que vaga pela cidade vivenciando diversas infelicidades trazidas pela guerra, o longa é considerado uma das produções mais importantes da história do cinema.


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