Viúva de Kurt Cobain pode entrar na Justiça contra a empresa responsável por colocar o ex-líder do Nirvana entoando Bon Jovi e outros no Guitar Hero 5
Quando um vídeo promocional que mostra o avatar de Kurt Cobain para Guitar Hero 5 começou a circular pela internet, as críticas não foram escassas. Tampouco tímidas. No jogo lançado em 1º de setembro, o líder do Nirvana aparece cantando "You Give Love a Bad Name", de Bon Jovi - fato que atiçou a fúria de fãs desgostosos com tamanha deturpação do espírito grunge. A versão digital do músico também entoa sons de Megadeth e Blink 182.
Assumiu-se, de imediato, que os responsáveis pelo espólio de Cobain estivessem a par da situação. Não é o que mostra a reação da viúva Courtney Love, que só agora se pronunciou a respeito. A cantora deu a entender que vai processar a Activision, produtora do game musical. "Para constar, esta merda de Guitar Hero é violação de contrato (...) e haverá resposta adequada para isso, e retratação", ela escreveu em seu Twitter, nesta quarta, 9 (foram várias mensagens dedicadas ao tópico).
Uma conta criada recentemente no microblog, batizada Courtney Translated ("Courtney traduzida"), registrou em seguida, em tom de galhofa, que a líder do Hole pretendia processar o Guitar Hero "e a merda do Mario Kart".
A resposta da Courtney verdadeira não demorou. "NÓS vamos processar a merda de Activision", disse. "Nós", no caso, se referiu aos responsáveis pelo espólio e às empresas criadas para gerir os negócios envolvendo o nome de Cobain.
Morto em 1994, o frontman do Nirvana era notório avesso a grandes corporações - e acabou "eternizado" justo por uma delas, ao ter sua persona digitalizada para o jogo musical. "No fim das contas, não é o Kurt icônico das camisetas do Nirvana, o Kurt deprimido das capas de revista ou o Kurt performático dos videoclipes que ficarão para a posteridade. É a imagem deste Kurt Cobain bizarramente atípico, estranhamente versátil e porcamente desenhado de Guitar Hero 5 que terá validade e crédito para as gerações vindouras", escreveu o editor Pablo Miyazawa, no blog da Rolling Stone Brasil.