“Eu não acho que levaremos mais quatro anos até você ouvir algo de nós”
A Rolling Stone Brasil aproveitou que o Cut Copy está prestes a fazer três shows no Brasil e conversou com o guitarrista Tim Hoey sobre o novo trabalho do trio australiano. Famoso graças a remixes do som de grupos como Cansei de Ser Sexy, Kaiser Chiefs e The Presets, o Cut Copy tem 14 anos de estrada e retorna ao Brasil por uma iniciativa da plataforma Queremos! A banda se apresenta no Rio de Janeiro (25 de agosto), São Paulo (28/8) e Porto Alegre (29/8).
Vocês levaram quatro anos para lançar um novo álbum. Quanto desse tempo vocês passaram compondo e gravando?
Compor foi rápido. Mas muita coisa aconteceu nesses quatro anos. Todos nós nos mudamos para diferentes partes do mundo. Tivemos que encontrar uma gravadora. Mas a maior parte do disco foi escrita em poucos meses. Também decidimos deixar as músicas relativamente inacabadas antes de chegarmos ao estúdio com Ben Allen em Atlanta. Fazia tempo que não contratávamos um produtor, então queríamos ter o máximo possível da participação dele nas músicas.
Precisaram de uma pausa para escrever? Como foi o processo criativo do álbum?
Fizemos o January Tape, que foi um álbum instrumental que escrevemos, gravamos e mixamos em 10 dias. Usamos isso como um exercício para abrir mais o processo de composição. Em vez de passar meses agonizando sobre uma música, a ideia era gravar muito rápido. Fazer Haiku From Zero ficou muito mais fácil depois de fazer January Tape.
Vocês influenciaram muita gente, mas quem são suas influências?
Muda de dia para dia, de semana para semana, de álbum para álbum. Ontem, vi uma exposição do artista Robert Irwin, vi o documentário de Ryuichi Sakamoto Coda e ouvi Omar S no trem... então, hoje essas são minhas influências.
Com tanto tempo de estrada, há alguma coisa que vocês ainda querem fazer como banda?
Tudo. Mais música, mais shows, mais exposições, mais colaborações, mais trilhas sonoras. Continuaremos enquanto nos inspirarmos e as pessoas nos deixarem.
A "Black Rainbows" diz muito sobre esse momento que estamos vivendo, enterrados em um monte de informações. Qual é a mensagem principal dessa música?
Um dos temas dela é o de que estamos constantemente sobrecarregados pela mídia digital. Às vezes fica exaustivo e bastante brutal. Uma das ideias por trás de Haiku From Zero foi tentar encontrar alguma beleza dentro disso. E trazer um elemento humano de volta ao modo moderno de viver. Neste álbum, tocamos muito mais instrumentos à mão do que nos álbuns anteriores, confiando menos nas máquinas e interagindo mais uns com os outros quando estamos reunidos para tocar.
Existe alguma coisa especial que o público brasileiro poderia esperar dos shows?
Acho que é sempre especial quando vamos ao Brasil, porque não vamos com frequência e é um dos nossos lugares favoritos. Nós amamos a cultura e as pessoas e estamos muito animados!
Como será o futuro próximo do Cut Copy?
Acho que temos como objetivo lançar mais músicas em breve. Eu não acho que se passarão mais quatro anos até você ouvir algo nosso novamente. Os ciclos se movem tão rápido hoje em dia, é importante lançar músicas com mais regularidade. Também temos alguns trabalhos solo e projetos paralelos que lançamos e continuaremos divulgando no futuro.
Cut Copy no Rio de Janeiro – Festival Queremos
Sábado, 25 de agosto
Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N – Rio de Janeiro
Ingressos: A partir de R$ 160, pelo site do Festival
Cut Copy em São Paulo
Terça, 28 de agosto, às 20h
Fabrique – R. Barra Funda, 1071 – Barra Funda – São Paulo
Ingressos: A partir de R$ 100, pelo site do Ticketload
Cut Copy em Porto Alegre
Quarta, 29 de agosto, às 22h
Bar Opinião – Rua José do Patrocínio, 834 – Cidade Baixa – Porto Alegre
Ingressos: A partir de R$ 92, pelo site do Blueticket