O personagem de Louis Hoffman é retratado como um herói trágico, então como ele pode ser responsável por uma das maiores catástrofes da série?
Dark, série alemã da Netflix, gira em torno de Jonas (Louis Hoffman), viajante do tempo de 2019, que volta 33 anos no passado para evitar o suicídio do pai, Michael (Sebastian Rudolph).
No entanto, ele logo descobre que a jornada dele está entrelaçada com uma explosão apocalíptica que atinge a cidade alemã de Winden em 27 de junho de 2020, e a missão de Jonas se torna sobre algo muito maior.
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Mas enquanto a segunda temporada se concentrou no protagonista tentando impedir o apocalipse, vários acontecimentos também o levaram a causar, na verdade, esse desastre, por meio de um colapso de material radioativo na usina nuclear de Winden, num grande paradoxo.
Jonas, traumatizado com o suicídio do pai, descobre uma última carta dele que a avó Ines rouba. O jovem tenta lidar com a depressão saindo com Martha, a garota que ele ama e os irmãos Magnus e o caçula Mikkel, bem como o melhor amigo, Bartosz.
No entanto, nesta noite fatídica ele começa a entender que se encontra em um loop temporal, quando Mikkel se perde numa caverna e acaba passando por um portal, que o envia para o ano de 1986.
A criança permaneceria no passado e para se tornar Michael, o que significa que Mikkel é o pai de Jonas. O protagonista faz essa descoberta assustadora por meio de um homem estranho e de meia-idade, que o ensina a viajar no tempo pela caverna. O Estranho é, na verdade, o próprio Jonas, 33 anos mais velho.
O homem cheio de cicatrizes e amargurado prende o adolescente em um bunker e vai para a passagem munido de uma máquina do tempo. Uma vez lá, ele ativa o dispositivo, para criar o portal no tempo e simultaneamente enviar Jonas para o ano de 2052, 33 anos no futuro pós-apocalíptico.
O Estranho é, de maneira bizarra, responsável por todas as descobertas de Jonas. Mas, por que ele faria tudo isso com a versão jovem dele mesmo? A resposta tem tudo a ver com a maneira como o destino é abordado por Dark.
A sabedoria popular diz que todos temos um caminho predeterminado na vida, nosso destino. Dark convida o espectador a questionar: e se o destino for, na verdade, apenas o seu 'eu' do futuro influenciando o passado a se tornar ele?
O Estranho disse que precisava fazer com que a versão adolescente dele passasse por todas as provações que ele mesmo teve, para que a jornada até a idade adulta se repita e o adulto esteja no lugar certo para tentar quebrar o loop.
Jonas descobre isso da pior forma possível. Enganado por Adam, a versão idosa dele mesmo, a acreditar que ele pode impedir o apocalipse se convencer Michael/Mikkel a não se suicidar e, através de uma máquina do tempo muito mais precisa, a Ariadne, manda o jovem para horas antes do suicídio.
Ao falar com o pai, o protagonista descobre que Michael nem pensava em se matar. Aliás, se lembra da carta que ele escreveu? O pai também nem fazia ideia da mensagem. Após um diálogo emocionante, pai e filho chegam a conclusão de que ele precisa copiar a carta e se matar, para que a jornada toda recomesse.
A verdade final é que Jonas foi o próprio causador do suicídio do pai, para enviá-lo na jornada que vemos na série. A mesma jornada que causa o apocalipse, porém o protagonista, ainda decidido a quebrar o loop, deve assegurar que a explosão aconteça, para encontrar outra oportunidade de mudar tudo.
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