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Notícias / Plágio?

Deep Purple plagiou “Burn” de artista dos anos 1920? Glenn Hughes comenta

Fãs debatem há décadas se uma das músicas mais famosas do hard rock foi inspirada em excesso por clássico do jazz

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 31/10/2023, às 17h56

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Deep Purple (Foto: Getty Images)
Deep Purple (Foto: Getty Images)

Há décadas existe uma discussão sobre a originalidade do riff principal de “Burn”, uma das músicas mais famosas do Deep Purple e do hard rock setentista, em geral. Aponta-se uma enorme semelhança entre a abertura da faixa, que dá nome ao álbum de 1974, e “Fascinating Rhythm”, clássico do jazz lançado na década de 1920.

Trata-se de uma composição dos americanos Ira e George Gershwin gravada por vários artistas, como Fred e Adele Astaire, Joe Bari (que ficaria mundialmente conhecido como Tony Bennett), Ella Fitzgerald, The Carpenters, entre outros. A similaridade, obviamente, não está no uso de guitarras distorcidas, mas na construção rítmica e melódica do trecho.

Dá para dizer que é plágio? Glenn Hughes, baixista e vocalista que fazia parte do Deep Purple no período, admitiu em entrevista de 2021 à Classic Rock que Blackmore pode ter “pego emprestado” alguma coisa da música, mas preferiu não bater o martelo. Até por ser uma composição de seu colega.

Agora, em entrevista ao site Igor Miranda,Hughes compartilhou mais alguns pensamentos sobre a situação. E “culpou” Gene Simmons — também baixista e vocalista, mas do Kiss — por ter revelado a ele tal similaridade.

“Veja, não acho que Richie tenha copiado de ‘Fascinating Rhythm’. Apenas soa parecido. Não creio que ele tenha feito isso deliberadamente. Mas quando ouvimos essas duas músicas… foi Gene Simmons quem me contou sobre isso. Então a culpa é do Gene por falar sobre isso. Mas sim, de fato, parece um pouco.”

Momentos antes, o músico — que estará no Brasil para shows em oito cidades entre 1º e 11 de novembro — compartilhou suas lembranças de quando trabalhou na música “Burn”. A faixa serviu para dar nome ao primeiro disco de Hughes com o grupo, que contava à época com o já mencionado Blackmore, o também estreante vocalista David Coverdale, o falecido tecladista Jon Lord e o baterista Ian Paice.

“Essa foi a última música que criamos no castelo de Clearwell. Fomos ao pub, não tínhamos uma música final, e Blackmore disse: ‘por que não criamos uma música chamada ‘Burn’?’. Então ficamos bêbados e criamos aquela música. Então, essa foi a última música que escrevemos.”

Glenn Hughes, “Burn” e a “colagem”

A impressão de muitos ouvintes é de que “Burn” surgiu a partir de uma espécie de “colagem” entre duas músicas. Há a principal, com o riff “acusado” de plágio, e um trecho intermediário onde o próprio Glenn Hughes assume os vocais. Ele concorda com essa impressão e revela como a criou.

“Criamos aquela parte clássica de ‘Burn’, você sabe, aquela parte muito influenciada por Bach e com a vibe de Jon Lord. E então chegamos a esta seção que não existia. Então sugeri tocar aqueles acordes e cantei. É uma coisa bem Glenn, como vocês podem ouvir, mas funciona muito bem. Aquela seção intermediária onde eu canto mais alto, que eu chamo de seção ponte, era algo que o Purple nunca tinha feito antes. Achei que ficou único.”
Igor Miranda

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.