Cantor apresenta um épico intergalático, iniciado em "Sanctuary", bastante misterioso - e com bastante mitologia
Um dos cantores mais interessantes da atualidade é George Kusunoki Miller, mais conhecido como Joji. Isso se deve ao fato das músicas terem temas profundos, mas ao mesmo tempo acessíveis. Além disso, a evolução dele é muito notável, porque ele foi de um youtuber de vídeos de humor escrachado até chegar em uma carreira artística bem-sucedida.
No dia 25 de setembro, Joji lançou o segundo disco de estúdio, intitulado Nectar, cujo primeiro single, "Sanctuary", lançado na metade de junho de 2019 junto de um clipe situado no espaço sideral, que será discutido mais para frente no texto.
Desde a música, até o dia no qual esta matéria foi escrita, o cantor lançou oito videoclipes de canções do álbum, e boa parte deles mostra e expande um pouco do universo mostrado em "Sanctuary". Inclusive, diversos artistas na atualidade adotam narrativas nos discos, como Twenty One Pilots (com Trench), Tyler, the Creator (Igor), Lady Gaga (Chromatica), entre outros.
Vem desvendar com a Rolling Stone Brasil os clipes da era Nectar do Joji.
Abaixo, os clipes estão separados em uma possível ordem cronológica da narrativa do disco, com base no que é mostrado nos vídeos, mas nada foi confirmado por Joji - então trata-se de uma análise.
Lançado em abril deste ano, o clipe de "Gimme Love" mostra Joji no planeta Terra, diferente do espaço, mas a produção mostra que ele é funcionário de uma agência espacial e eles trabalham para construir um foguete.
Quando cumprem a missão, o cantor acaba por não deixar os colegas de voo entrarem no foguete, e acaba por decolar sozinho, rumo a imensidão da galáxia.
Esse aqui é um dos melhores clipes do cantor (meu preferido, junto com "Pretty Boy"). "Sanctuary" já é fundamental em marcar o início da era Nectar.
O clipe da música é bastante influenciado pela série clássica de Star Trek. No começo do vídeo, Joji e a tripulação (dividida entre humanos e alienígenas) de uma nave espacial comandada por ele enfrenta o principal inimigo dele, mas acaba, sem querer, por matá-lo. Isso o deixa bastante depressivo, porque ele parou de ter uma luta para seguir e viver.
Então, o melhor amigo do Joji, ao ver a tristeza dele, decide se tornar o vilão por contra própria - e até mesmo assassina um outro tripulante.
O clipe inteiro de "Run" mostra Joji em uma corrida infinita em uma limosine, cheia de seres humanos.
No entanto, o vídeo tem uma espécie de cena pós-creditos, a qual mostra o Joji capitão da nave, como em "Sanctuary", mas ele encontra-se sozinho. Por que ele está sozinho? Onde está o resto da tripulação? O que aconteceu? Teremos que esperar para ver se teremos essas e outras respostas.
Com participação de Diplo, "Daylight" tem a mesma fórmula de "Run", porque dá continuidade à narrativa apenas no final, quando mostra Joji sozinho, novamente, em um deserto, com apenas uma máquina grande e sementes que serão provavelmente plantadas.
Vale notar o destaque de um personagem totalmente esquisito, forte e de cabelo preto, o qual voltará aos holofotes em "Pretty Boy".
Até o momento, o videoclipe de "Your Man" foi o último que continuou, de certa forma, a história de "Sanctuary".
Não acontece muita coisa no clipe, apenas uma criatura estranha em um traje de astronauta. Porém, ela está nos Estados Unidos, não em outro planeta.
Já no final as coisas ficaram interessantes, a criatura revela o rosto, no mesmo deserto onde Joji foi visto em "Daylight", possivelmente. Depois disso, a câmera mostra vários mísseis ou algo do gênero nos céus do planeta. Seria o cantor o único ser capaz de resolver isso?
A seguir, vão os clipes que não se encaixam em nenhum momento da narrativa.
Com parceria de Lil Yachty, o videoclipe de "Pretty Boy" consegue ser um dos melhores de Joji apenas por conta da bizarrice.
O vídeo mostra um dia daquele personagem bizarro de "Daylight" (lembra dele?). No entanto, ele está acompanhado de um homem igualmente estranho. Eles representam Joji e Lil Yachty, respectivamente.
Ambos os clipes são muito bons, mas com uma pegada mais comercial e não carregam tanta informação quanto os outros.
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