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Dinho Ouro Preto teme as "marcas emocionais"

Líder do Capital Inicial fala sobre o período de recuperação, após duas passagens pela UTI por conta de uma queda de palco há um mês; cantor recebeu alta nesta segunda, 30

Da redação Publicado em 30/11/2009, às 17h21

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Atualizada às 16h50

Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, mandou um recado para os fãs: seu corpo voltará "a ser como era", mas acha que "as 'marcas' emocionais" são para sempre. Em comunicado publicado no site da banda, no sábado, 28, o cantor fez referência à sua difícil recuperação no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foi internado após cair de uma altura de três metros, em 31 de outubro, durante um show em Minas Gerais. Dinho recebeu alta do hospital nesta segunda, 30.

Dinho explica o porquê de não ter dado notícias antes (foram mais de 20 dias sem se reportar ao público). "Me desculpem por sumir por tanto tempo, mas eu passei por momentos muito difíceis. Provavelmente os mais difíceis da minha vida. Até ontem, eu não conseguia ler ou escrever. As cartas anteriores foram ditadas", diz a nota. "Nada poderia ter me preparado para algo assim."

O diagnóstico apontou traumatismo craniano leve, três costelas quebradas e seis vértebras trincadas. Desde que deu entrada no Sírio-Libanês, o músico registrou duas passagens pela Unidade de Tratamento Intensivo (UTI): na primeira, para tratar dos ferimentos decorrentes do acidente; na segunda, por causa de um quadro infeccioso. A esse respeito, Dinho escreveu: "Pequena curiosidade para os superticiosos: caí do palco no dia das bruxas e peguei a grave infecção que prolongou minha internação na sexta-feira treze".

Ele diz temer, sobretudo, as sequelas emocionais. "Em um momento você se acha dono do mundo, capaz de fazer o que lhe vier a cabeça. No momento seguinte, você não sai da cama sozinho. Eu tive que me adaptar a uma nova condição. Eu acredito, e os médicos também, que voltarei a ser quem eu era. Porém, passar por algo assim, sem alguma transformação é impossível. Meu corpo vai voltar a ser como era, mas acho que vou ficar com 'marcas' emocionais pra sempre."

"A solidariedade me surpreendeu pela falta de limite", Dinho comentou sobre o apoio dos colegas de banda. O momento entre eles é de "total confiança", afirma o líder do conjunto oitentista. Tanto que Yves Passarell (guitarra), Fê Lemos (bateria) e Flávio Lemos (baixo) fizeram "algo inédito na nossa carreira": começaram os preparativos para o novo álbum do Capital Inicial sem o vocalista.

"Tínhamos ensaiado muito, estava tudo no lugar e meu acidente foi poucos dias antes da data marcada para o início das gravações. Me foi perguntado se eu queria adiar tudo, mas achei melhor deixar nas mãos da banda. Eu acompanhei de longe, via skype. Estamos trabalhando com um novo produtor, um cara chamado David Corcos, que merece cada gota da confiança que demos a ele."