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Dionne Warwick volta ao Brasil para interpretar canções de Burt Bacharach e outros hits

Apresentação acontece no Espaço das Américas, em São Paulo, nesta quinta, 23

Paulo Cavalcanti Publicado em 22/03/2017, às 12h55 - Atualizado às 12h56

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Dionne Warwick - Divulgação
Dionne Warwick - Divulgação

Dá para brincar que Dionne Warwick é praticamente uma brasileira, se for levado em conta a quantidade de vezes que ela esteve no país – a cantora até teve uma casa no país anos atrás. A diva da soul music norte-americana, que hoje tem 76 anos, se apresentará novamente em São Paulo. O show acontecerá no Espaço das Américas nesta quinta, 23, às 21h.

Dionne reinou como a grande dama da canção das décadas de 1960 até os anos 1980. Apesar de ter cantado um pouco de tudo em sua longa carreira, será sempre marcada pela dobradinha dela com os parceiros Burt Bacharach (música) e Hal David (letra). Algumas dessas canções que eles fizeram para ela serão interpretadas na apresentação no país. São clássicos como “Anyone Who Had a Heart”, “Walk on By”, “I Say a Little Prayer”, “Message to Michael”, “I’ll Never Fall in Love Again”, “Do You Know The Way To San Jose”, "I Just Don't Know What to Do with Myself" e muitos outros.

Por telefone, Dionne diz à Rolling Stone Brasil que as criações de Bacharach/David estão no inconsciente das pessoas. “Hoje, todas estas canções são standards da música do meu país”, ela reflete. “Todo mundo as conhece, todos gostam delas. Elas vão ficar para a eternidade. Quando eu as gravava, Burt estava junto no estúdio da gravadora Scepter, produzindo e orientando as sessões. Tudo era feito ao vivo, com uma grande orquestra nos acompanhando”, ela explica. As criações de Bacharach/David são regravadas constantemente e Dionne gosta de deixar claro que foi ela a primeira a cantá-las. “Lancei estas músicas. Elas foram criadas especialmente para a minha voz.”

A cantora aponta outro fator interessante existente nas harmonias e melodias das canções de Burt Bacharach: a forte influência da música brasileira. “No fim dos anos 1950 e no começo dos anos 1960, a música feita no Brasil era muito popular em várias partes do mundo. Burt usou muitos elementos da bossa nova e até do baião na produção musical que fazia na época.” Sendo assim, Dionne afirma que não é difícil para ela interpretar também faixas feitas aqui, com ficou provado em Aquarela do Brasil, disco que ela lançou em 1994. “Em todos os meus shows tem o “momento brasileiro”. É quando canto “Aquarela do Brasil” e composições de Tom Jobim, como “Wave” e “Waters of March’”, diz.

Na década de 1980, Dionne Warwick se reinventou. A artista já estava afastada de Burt Bacharach fazia um tempo e foi trabalhar com Barry Manilow e os Bee Gees. Dessas colaborações saíram hits como “I’ll Never Love This Way Again” e “Heartbreaker”, dentre outros. Em 1985, ela retornou à música do mentor quando gravou “That’s What Friends Are For” ao lado de Elton John, Stevie Wonder e Gladys Knight. A canção, de autoria de Bacharach e Carole Bayer Sager, havia sido registrada originalmente por Rod Stewart, mas a gravação registrada pelo quarteto se tornou um sucesso imenso, sendo que o lucro gerado pela venda do single foi destinado à American Foundation for Aids Research. “Sem dúvida essa música significa muito pra mim. Até hoje é ela que encerra as minhas apresentações. As pessoas a ouvem e se lembram que ainda precisamos nos mobilizar para achar soluções para a aids e outras enfermidades”, conclui.