O longa espanhol estreou na Netflix no dia 20 de março, e tem gerado muita discussão sobre a ambiguidade dos minutos finais
O texto a seguir contém spoilers absolutos de O Poço!
No dia 20 de março, a Netflix disponibilizou O Poço, filme espanhol que, além de ser amplamente elogiado, deu muito o que falar, pelas reflexões que provoca, pelas cenas chocantes e também pelo final aberto, que muitas pessoas tentaram decifrar e compartilharam as respectivas conclusões nas redes sociais.
Mas para acabar com os debates, Galder Gaztelu-Urrutia, diretor do longa, contou, em entrevista ao Digital Spy, o que ele quis dizer com o desfecho: e vai muito além da mera crítica ao capitalismo que muitos apontaram.
"Com certeza achamos que é necessária uma melhor distribuição de riquezas, mas o filme não é estritamente sobre capitalismo", começou.
E acrescentou: "Pode haver uma crítica ao capitalismo no início, mas mostramos que assim que Goreng e Baharat tentam convencer os outros prisioneiros a adotar o socialismo e deliberadamente dividir a comida, acabam matando metade das pessoas que eles queriam ajudar".
"No fim, o problema surge quando você exige a colaboração de todo mundo, e vê que não chegou a nenhuma grande conquista. Goreng faz aquilo que planejou, como levar a panna cotta para o nível mais baixo, mas ele não mudou o pensamento de ninguém sobre dividir a comida", explicou Gaztelu-Urrutia.
Apesar de admitir que o final foi feito para deixar as pessoas confusas e reflexivas, o diretor contou que, para ele, "o andar mais baixo não existe. Goreng morre antes de chegar lá, e aquilo é apenas a interpretação dele sobre o que precisava fazer".
E para provocar ainda mais a curiosidade de quem gostou de O Poço, o cineasta finalizou: "Nós chegamos a filmar um fim diferente, que mostra a menina chegando ao primeiro nível, mas tiramos do filme. O que acontece lá eu deixo para a imaginação de vocês."
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