Montage of Heck: The Home Recordings, trilha do documentário sobre o líder do Nirvana, é o único disco solo dele e foi lançado no Estados Unidos nesta sexta, 13
Há o jovem recluso registrando versões acústicas em um gravador de fita. Tem o adolescente alegre fazendo anúncio de rádio com vozes diferentes para sua nova banda. Também existe o compositor sério relembrando uma tentativa de suicídio. Todos eles são Kurt Cobain, e todos estão em um disco: a trilha de Kurt Cobain: Montage of Heck, documentário de Brett Morgen sobre o vocalista do Nirvana.
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Montage of Heck: The Home Recordings é o primeiro álbum solo oficial de Cobain, organizado por Morgen a partir de mais de 200 horas de fitas cassete particulares contendo composições que vão do final dos anos 1980 até pouco antes da morte do ídolo, que cometeu suicídio em abril de 1994, aos 27 anos.
“Que eu saiba, não há nada no disco que já tenha saído sequer clandestinamente”, diz Morgen. “Tudo veio daquelas fitas e só incluímos trabalhos solo de Kurt.” O diretor elaborou a sequência de faixas “para dar a sensação de que o ouvinte estava no apartamento de Kurt, testemunhando o processo de criação”.
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Para ele, o momento crucial em The Home Recordings é o choque, quase na metade da edição de luxo, da faixa falada “Aberdeen”. Nela, Cobain descreve seu isolamento e desespero quase suicida enquanto era adolescente na cidade do estado de Washington, Estados Unidos, que dá nome à canção. Usando uma voz misteriosa e neutra, é quase como se ele estivesse lendo um diário. “A alegria na primeira metade do álbum” é a criatividade que “jorrava dele”, diz o cineasta sobre Cobain. “Ninguém o está mandando compor uma música. Ele faz isso porque se diverte.” Só que “Aberdeen”, compara Morgen, “aprofunda o contexto para tudo o que vem em seguida”.