No Festival Sarará, rapper chamou dois índios pataxós para falar sobre queimadas na Amazônia; Baco Exu do Blues e Letrux também fizeram discurso contra presidente
Djonga foi um dos principais nomes do Festival Sarará neste sábado, 31, em Belo Horizonte, MG. Apresentou-se em parceria com Mano Brown - e também chamou ao palco a dupla Hot e Oreia e Zulu - e fora do mundo da música, chamou dois índios pataxós para falar sobre as queimadas da Amazônia.
O convite marcou um tom político no show, que começou quando o público puxou a cantilena já popular em apresentações brasileiras: “ei, Bolsonaro, vai tomar no c*.” Porém, antes que o coro ganhasse força, foi interrompido por Djonga e seu discurso altamente político:
+++ LEIA MAIS: Mano Brown critica hipocrisia de quem xinga Jair Bolsonaro em show dos Racionais MC's
“A grosso modo a gente sabe que só gritar isso não vai mudar nada na prática. Na prática, o que temos que fazer é ir atrás do que sabemos e tomar essa decisão conscientemente. E o que fazemos para mudar isso? É muito mais importante, mas muito mais, evitar que essa reeleição aconteça,” opinou.
Depois, dois índios pataxós entraram no palco para fazer um apelo e chamar atenção para as queimadas na Amazônia. Contaram que aldeias inteiras foram destruídas, e as pessoas estavam sem casa. E então Djonga, em alusão ao refrão de “Olho de Tigre,” um de seus hits, disse que“a única coisa que a gente taca fogo é racista.”
Outros shows do festival tiveram momentos políticos. Baco Exu do Blues mandou um recado para o presidente Jair Bolsonaro: “presidente, você falar que não existe racismo no Brasil só mostra que você é inapto para o cargo. Eu não abaixo a cabeça para o opressor.” E Letruxtambém interrompeu o coro de “ei, Bolsonaro, vai tomar no c*,” afirmando que o ato não é algo que diminui alguém, e está na hora de tirar a expressão do vocabulário. “A gente não é o país, a gente vai para frente,” provocou.