Em fase de captação de recursos, o longa-metragem terá direção do brasileiro Gabriel Colombo
O paulistano Gabriel Colombo desembarcou na pequena Susanville, na Califórnia, há quatro anos, para jogar futebol e incrementar os estudos por meio de uma bolsa. Seu inglês era quase nulo, ele não conhecia a cidade e os norte-americanos lhe pareciam arrogantes e prepotentes.
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“’What’s up? (como vai?)’, meu treinador de futebol perguntou no aeroporto, logo na chegada e eu respondi com cara de interrogação: ‘Gabriel?’. Ele caiu na gargalhada. Essa foi minha primeira interação. Eu era o motivo de todas as piadas no time”, conta.
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Um simples e pequeno objeto circular foi suficiente para superar o que parecia ser uma barreira cultural intransponível. “A mudança veio quando eu tirei o meu pandeiro da mala no ônibus, viajando para um dos nossos jogos. Lembro até hoje, os olhos deles brilhavam com a música.”
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Colombo se integrou, fez amigos nos Estados Unidos, mudou-se para outro extremo do país, Pittsburgh, a fim de estudar cinema e percebeu que aquele “bicho-papão” não existia. Os “gringos” não eram tão diferentes assim. Sua experiência o motivou a entrar de cabeça em um projeto grandioso.
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“Eu percebi que a música é uma forma muito poderosa de se comunicar com uma cultura”, diz o diretor de Our Rhythm, documentário que pretende visitar sete países de características bastante singulares: Moçambique, Turquia, Rússia, Vietnã, Estados Unidos, Cuba e Brasil, para contar sete histórias de comunhão pelo som através de um artista de cada localidade.
Atualmente em fase de financiamento coletivo pela internet. – a produção do longa estima em US$ 20 mil o gasto com transporte, equipamento e hospedagem de uma equipe de quatro pessoas – o filme será baseado em entrevistas com os personagens, registros da realidade que os cerca e imagens de performances dos artistas. O objetivo é revelá-los como músicos e como membros da sociedade em quês estão inseridos.
“Em tempos de hostilidade, onde parece ser extremamente difícil encontrar um senso comum entre as pessoas, é impossível criar uma fundação sólida baseada no respeito se não existe esforço para entender a perspectiva do outro”, prega um comunicado assinado pela produção do filme. “Nosso objetivo é mostrar que a diversidade pode ajudar a criar laços fortes entre indivíduos sem prejudicar a individualidade de cada um. E para atingir isso, nada melhor do que a música”.
Dois artistas já foram escolhidas para serem retratados em Our Rhythm, o rapper norte-americano Shodekeh e o grupo feminino moçambicano Likute. Os demais personagens serão definidos durante as próximas semanas.
Assista a apresentação das moçambicanas do Likute:
Conheça o rapper Shodekeh: