Michael Amir, assistente pessoal do cantor, e Alberto Alvarez, a quem se credita a ligação para o 911, teriam sido "esnobados" pela polícia de Los Angeles
Dois empregados de Michael Jackson, presentes em 25 de junho na mansão alugada de Beverly Hills, puseram-se à disposição de investigadores para remontar os eventos que levaram à morte do cantor, na mesma data. São eles Michael Amir, assistente pessoal de Jackson, e Alberto Alvarez, segurança a quem se credita a ligação para o serviço de emergência 911.
De acordo com o jornal The Los Angeles Times, os dois travaram breves conversas com oficiais do Departamento de Polícia de Los Angeles apenas no dia da morte do cantor. Agora, o advogado da dupla, Carl Douglas, informou que eles podem jogar luz à cronologia dos acontecimentos que se sucederam até a parada cardíaca do astro. Douglas é conhecido por ter feito parte do time de defensores de O.J. Simpson, jogador de futebol norte-americano condenado, em 1994, pelo assassinato da ex-mulher. Ele também advogou para Jackson em 1993, na época em que o astro enfrentava acusações de abuso sexual contra um garoto menor de idade.
Nas últimas horas, o Dr. Conrad Murray questionou o teor de documentos apresentados por forças policiais a uma corte no Texas - onde o médico particular de Jackson reside atualmente. Um deles é o de que ele teria encontrado o intérprete de "Thriller" sem respirar por volta das 11h. Se a informação proceder, isso significa que Murray esperou mais de 80 minutos até contatar o 911.
Segundo Douglas, Amir recebeu mensagem do doutor, de não mais de quatro segundos e com tom desesperado, às 12h13. O conteúdo, não especificado, passava basicamente o seguinte aviso: "Venha rápido". Amir era um dos chefes na equipe de empregados do artista.
Já Alvarez, afirmou o advogado, estava próximo ao leito de Jackson, ao lado de Murray, nos minutos anteriores à chegada dos paramédicos. Douglas não quis antecipar o depoimento do segurança à polícia.
Ele também disse que, em pelo menos duas ocasiões, Amir e Alvarez foram esnobados pela equipe investigativa. "Nós arranjamos duas ocasiões diferentes para que o L.A.P.D. os encontrasse. Meus clientes chegaram cedo, com ternos e gravatas. O primeiro encontro foi cancelado e remarcado. No segundo, precisei ligar para questionar sobre a ausência [dos detetives]."
Charlie Beck, um dos chefes da força policial de L.A., se recusou a comentar as acusações.
Nos relatórios divulgados na segunda, 24, a versão é a seguinte: Murray teria administrado, às 10h40, 25 miligramas do anestésico Propofol no cantor, que insistiu pela dose por não conseguir dormir. O médico supervisionou seu paciente por cerca de 10 minutos, ausentou-se para ir ao banheiro por dois minutos e, quando retornou ao aposento, encontrou Jackson já sem respirar. A partir de 11h18, o celular de Murray teria registrado três ligações, que juntas somaram 47 minutos - todas feitas antes de 12h21, quando o 911 foi contatado.
O advogado de Murray rebaixou as informações como "teoria, não fato".
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