Mestre da sanfona foi gravado pouco antes de morrer recordando histórias e fazendo duetos com grandes nomes da música brasileira
Em julho do ano passado, morreu o lendário sanfoneiro Dominguinhos. O músico já lutava contra o câncer havia algum tempo e, aos 72 anos de idade, não resistiu. Entretanto, pouco tempo antes, em 2011, começava a ser gravado um documentário em que o sanfoneiro fazia parcerias com nomes como João Donato, Wilson das Neves, Luiz Alves, Lenine e Gilberto Gil, entre outros - as gravações foram realizadas nos intervalos da doença, nos períodos em que ele se sentia bem. À época, o material – mais de 60 horas de gravação – serviria de base para um documentário com o nome de Dominguinhos: Volta e Meia. "Eu fico maravilhado com tudo isso, porque estou tendo a oportunidade de relembrar e tocar junto aos amigos", afirmou o músico à Rolling Stone Brasil, em 2011.
Galeria: dez grandes canções de Dominguinhos.
Com imprevistos no processo de pós-produção, e a morte do cantor, o projeto foi adiado, de forma que a melhor maneira encontrada para lançar o material foi por meio de uma websérie. Às quartas-feiras, entre os dias 26 de fevereiro e 16 de abril, um dos encontros entre Dominguinhos e um parceiro musical ficará disponível no Facebook. No total, o projeto – batizado de Dominguinhos + - terá oito episódios em formato de mini documentário, com conversas, histórias e o vasto material que a equipe de produção reuniu, sob a direção de Felipe Briso.
O ecletismo do sanfoneiro que “urbanizou” o forró – como sugere Luiz Gonzaga na canção de 1980, "Quando Chega o Verão" – será representado nos duetos que realiza com músicos como Hermeto Pascoal, João Donato, Wilson Das Neves, Luiz Alves, Elba Ramalho, Lenine, Mayra Andrade, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Djavan, Orquestra Jazz Sinfônica. O encontro com Gilberto Gil compõe o primeiro episódio. Veja imagens dos capítulos na galeria acima.
A produção de um longa-metragem também não foi descartada. O documentário será lançado ainda neste semestre. Com imagens de arquivo e narração em primeira pessoa, o filme passeia pela vida do músico em diversas fases, da infância em Garanhuns, Pernambuco, onde ganhou a primeira sanfona do seu mentor Luiz Gonzaga, passando pela ida ao Rio de Janeiro e seus casamentos. A idealização do projeto – que deu origem aos dois formatos – é de Mariana Aydar, que explica a opção pela pluralidade de plataformas: “À medida que nos aprofundávamos na vida e obra do mestre, ficava clara a necessidade de que essa história tivesse desdobramentos em diversas plataformas. O material era vasto e valioso e a vontade de contar essa história para o maior número de pessoas possível era um objetivo importante”, disse em um comunicado.
A série de documentários pode ser vista aqui.