Banda é a atração principal do primeiro dia do festival Monsters of Rock, em São Paulo, neste sábado, 19; no domingo, a noite é encerrada por Aerosmith
Tudo seguia na ascendente para o Slipknot até maio de 2010. Vencedora do Grammy de 2006 com a música “Before I Forget”, na categoria Melhor Performance de Metal, a banda conseguiu emplacar o disco All Hope Is Gone (2008) no topo das paradas norte-americanas. Foi quando, no dia 24 daquele mês, o baixista Paul Gray foi encontrado morto, vitima de overdose de morfina. O grupo voltou aos palcos apenas no ano seguinte – eles, inclusive, passaram pelo Rock in Rio (saiba mais no link abaixo). Um novo disco, contudo, demorou para acontecer.
Slipknot comanda o público em show no Rock in Rio.
Prestes a subir no palco do Monsters of Rock, festival com carga roqueira, com o próprio nome diz, que volta a São Paulo após muitos anos, o vocalista Corey Taylor revela que o grupo está trabalhando em novas canções. “Estamos sentindo que é OK fazer este disco, em respeito ao Paul”, disse ele, em entrevista à Rolling Stone Brasil. “É o momento de começar a fazer músicas novas e estamos animados com isso de novo.”
O trabalho será o quinto álbum de estúdio da banda que irá encerrar a primeira noite do festival paulistano – na segunda noite, o Aerosmith fará as honras. De acordo com Corey, o disco trará uma união de Iowa (2001) e Vol. 3: (The Subliminal Verses) (2004). “Baseado nas coisas que estou ouvindo dos outros caras da banda, das demos que eles me mandam, eu posso dizer que é bem sombrio, bem agressivo e bem pesado”, analisa. “Ainda que tenha melodia, que é importante para a gente”.
Corey ficou animado em saber que, justamente no dia da entrevista, na última sexta-feira, 11, o Black Sabbath tocaria em São Paulo ( leia a crítica do show). “O Sabbath é a chave de todo o heavy metal”, analisou o líder da banda. “Quando se fala de heavy metal, duas bandas estabeleceram as bases para tudo aquilo que conhecemos: o Black Sabbath e o Led Zeppelin. Mais crédito para o Sabbath.” Para ele, mesmo que bandas de rock não bebam da fonte direta da trupe de Ozzy e companhia, elas foram influenciadas por outras que sim, buscaram no grupo de Birmigham por inspiração. “Eles criaram o riff. O riff que une a música. Foram a primeira banda a usar mudanças de velocidade e deixar a plateia em frenesi”, diz ele.
Logo, o assunto cai sobre o Slipknot, banda dona de uma sonoridade bastante agressiva. “Nos influenciamos direta e indiretamente pelo Sabbath”, reflete Corey. “Porque todos nós somos muito fãs da banda, mas nossa música se alinha mais à sonoridade de grupos como o Slayer, que tenha essa combinação de thrash metal, speed metal, com hardcore punk metal”. O clima sombrio do Slipknot, no palco, com todos os integrantes usando máscaras, segundo o vocalista, deriva do Sabbath. “Essas trevas são diretamente descendentes deles”, concorda.
A ideia de ter todos os integrantes usando máscaras no palco (e nos clipes) faz com que eles entrem em contato com uma força interior que não seria percebida sem elas. “As máscaras funcionam como uma maneira de encontrar aquela voz interior, aquela raiva e agressividade que sempre tentamos colocar nas nossas músicas”, diz ele. “Com as máscaras, nós nos mostramos mais para o público do que sem elas”.
O contato com o sombrio inspirou Corey a escrever o livro A Funny Thing Happened on the Way to Heaven (Or, How I Made Peace with the Paranormal and Stigmatized Zealots and Cynics in the Process), no qual ele relata experiências sobrenaturais vividas por ele ao longo da vida (leia mais na entrevista abaixo). No Brasil, contudo, ele ainda não experimentou nada parecido. “Nunca se sabe, não é? Quero dizer, não estou dizendo que nunca vou ter”, diz. “Pelo contrário, espero que a minha carreira siga neste ritmo e eu continue indo ao Brasil e possa viver uma experiência sobrenatural e possa escrever sobre ela também. Nunca se sabe”, completa ele, sombriamente.
Corey Taylor fala sobre seu assustador novo livro e o futuro do Slipknot.
Corey se lembra da performance da banda no Rock in Rio, logo na reunião da banda após a morte de Paul. “Ao sentir aquela energia sendo enviada pelo público, não tínhamos como não nos dar o máximo de volta. A plateia do Brasil tem sido tão boa para nós. Aquele show foi um dos melhores que já tivemos”, derrete-se.
No Monsters, contudo, é possível esperar um show ainda maior. Serão quase duas horas, de acordo com Corey, com o melhor dos outros quatro álbuns do Slipknot. “Montamos um set em que todas as músicas serão aguardadas pelo público”, diz o vocalista. “É uma honra e um privilégio estar nesta posição [headliner] em um festival como este, cheio da bandas que somos fãs e das quais também somos amigos”. Enfim, o Slipknot encontrou forças para seguir em frente. “Planejamos um show um show muito bom”, diz. “Será o último antes de começarmos um novo disco.”
Monsters of Rock
19 e 20 de outubro
Arena Anhembi - Avenida Olavo Fontoura, 1209, Santana.
Lote 1: R$ 300 ou R$ 560 (passaporte para os dois dias) – vendas a partir de 25 de junho
Vendas online: www.livepass.com.br
Vendas por telefone: 4003-1527
Bilheteria Oficial: Estádio do Morumbi: 10h/18h (seg a dom). Não funciona em dias de jogo.
Pontos de venda: veja aqui
Programação do Monsters of Rock
Sábado, dia 19 de outubro
10h – Abertura de Portões
14h30 - Gojira
15h40 - Hatebreed
16h55 - Killwitch Engage
18h25 - Limp Bizkit
19h55 - Korn
21h40 - Slipknot
Domingo, dia 20 de outubro
11h – Abertura de Portões
12h50 - Doctor Pheabes
13h40 - Dr Sin
14h50 - Dokken
16h05 - Queensryche
17h35 - Buckcherry
19h05 - Ratt
20h35 - Whitesnake
22h35 - Aerosmith