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E3: casual, musical e para todos

Maior feira de games do mundo fecha suas portas apontando as tendências dos videogames para o futuro próximo

Por Pablo Miyazawa, de Los Angeles Publicado em 18/07/2008, às 19h49 - Atualizado às 19h52

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Na E3 deste ano, o destaque ficou para os games musicais - Pablo Miyazawa
Na E3 deste ano, o destaque ficou para os games musicais - Pablo Miyazawa

A E3 2008, maior feira de games do mundo ocidental, encerrou suas atividades nesta quinta-feira, em Los Angeles (Califórnia). O evento, antigamente conhecido por sua suntuosidade, hoje é uma pálida versão de seus áureos tempos. Pouco mais de cinco mil visitantes passaram pelos pavihões do Los Angeles Convention Center de 15 a 17 de julho. O número é surpreendente, se comparado com o auge da feira, em 2006, com cerca de 80 mil visitantes.

O formato menor e mais intimista, entretanto, privilegiou os bons games e valorizou seus criadores. É possível dizer que foi o ano dos games autorais na E3. Alguns dos principais títulos exibidos para as plataformas PlayStation 3, Xbox 360, Wii e PC são assinados pelos principais nomes da indústria atualmente, como o japonês Shigeru Miyamoto (idealizador de Wii Music), o norte-americano Will Wright (de Spore), o britânico Peter Molyneux (Fable 2) e o também americano Cliff Bleszinsky (Gears of War 2). Cheios de personalidade, esses produtores colocam toques pessoais em seus projetos e são celebrados por fãs como verdadeiros rockstars.

Também foi a E3 das novas franquias, jogos inéditos que não são continuações nem são baseados em filmes ou livros. Apesar de esta ser uma característica cada vez mais comum no mercado de games, de vez em quando surgem boas exceções: Mirror's Edge, game de ação acrobática estrelado por uma heroína oriental, deve ser um dos jogos mais comentados do final do ano; Little Big Planet, exclusivo para PlayStation 3, mistura conceitos de criação de minigames e simulação, com surpreendente apelo visual; e Dead Space, game de tiro em primeira pessoa com exagerada violência gráfica.

Foi também o ano dos games musicais, que de uma vez por todas se consolidaram como o gênero a ser explorado por excelência no entretenimento eletrônico. Rock Band e Guitar Hero são apenas a ponta do iceberg. Na E3, diversas produtoras descobriram o filão da simulação de banda de rock e tiraram suas casquinhas, como a Microsoft (com o karaokê Lips), a Konami (Rock Revolution), a Disney (Ultimate Band) e a Nintendo (Wii

Music) - apenas algumas das que redescobriram a música como fonte inesgotável de inspiração para boas idéias. O único problema é a possível saturação do mercado, já que logo será difícil diferenciar tantos games com guitarras, microfones e baterias.

O comportamento das empresas na E3 também evidenciou o aumento da popularidade dos videogames entre o público feminino. Jogos que simulam profissões e esportes femininos ou estrelados por estrelas de seriados como High School Musical e Hannah Montana também se mostram uma mina de ouro a ser explorada pelas produtoras, principalmente na área dos videogames portáteis, liderada pela Nintendo com seu DS. Já os games que privilegiam os menos habilidosos - os chamados "casuais"

- também se tornaram a tendência, principalmente com a popularidade do console Wii, da Nintendo, o mais vendido desta geração.

No que depender do material apresentado durante os três dias de E3, o futuro do entretenimento eletrônico é musical, casual e para homens e mulheres de todas as idades. Cada vez mais abrangente, criativo e livre de preconceitos, o videogame se firma em definitivo como o elemento central da cultura pop contemporânea. Pelo menos no que diz respeito ao entretenimento, o que virá daqui pra frente, fatalmente passará pelos botões dos joysticks - e é improvável que alguém fique imune a isso.