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Eddie Vedder fala sobre morte de Chris Cornell: “Era alguém que eu admirava como um irmão mais velho”

Durante show em Londres, o vocalista do Pearl Jam falou sobre a perda de “um amigo muito próximo”, sem mencionar o nome de Cornell

Rolling Stone EUA Publicado em 07/06/2017, às 11h51 - Atualizado às 12h26

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Eddie Vedder e Chris Cornell - Divulgação
Eddie Vedder e Chris Cornell - Divulgação

Em um show na última terça, 6, em Londres, Inglaterra, Eddie Vedder falou de maneira comovente sobre a morte de Chris Cornell. Uma transcrição da fala do músico foi publicada no site do Pearl Jam.

De acordo com a transcrição, Vedder não chegou a mencionar o nome de Cornell, mas falou francamente sobre a dificuldade em lidar com a perda de “um amigo muito próximo”. Cornell cometeu suicídio em um hotel na cidade de Detroit, nos Estados Unidos, aos 52 anos.

“Eu quero estar lá pela família, pela comunidade, estar lá pelos meus irmãos na minha banda, e certamente pelos irmãos na banda dele”, Vedder disse. “Essas coisas levam tempo, mas meu amigo partiu para sempre e eu simplesmente terei que… essas coisas levam tempo e eu quero apenas dedicar isso a todos que foram afetados por essa perda, aos que estão em casa e aos que estão aqui e são profundamente gratos pelo apoio e pelos bons pensamentos de um homem que era… sabe, ele não era apenas um amigo, ele era alguém que eu admirava como um irmão mais velho.”

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Dois dias após a morte de Cornell, Vedder disse ter acordado no meio da noite com a cabeça cheia de memórias. “Eu não conseguia fazer as memórias pararem”, ele disse. “E tentar dormir era como se os vizinhos estivessem com música tocando alto e você não conseguisse pará-la. Mas depois melhorou, porque vieram as pequenas memórias. Elas só vinham e vinham e vinham. E eu percebi o quão sortudo eu era por ter horas de… sabe, se cada uma dessas memórias foi rápida e eu tinha horas delas, o quão sortudo eu era? E eu não queria ficar triste, eu queria ficar grato, não triste. Eu ainda estou pensando nessas memórias e eu vou viver com essas memórias no meu coração e eu vou amá-lo para sempre.”

Vedder tem uma rigorosa “política de etiqueta em performances” que proíbe gravações nos shows dele, então não há um vídeo do acontecimento. Antes do discurso em Londres, Vedder fez alguns tributos a Cornell em um show solo, alterando a letra da música “Long Road”, do Pearl Jam, e fazendo covers de “The Needle and the Damage Done”, de Neil Young, e “I’m So Tired”, do Fugazi.

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Abaixo, leia a transcrição da fala de Eddie Vedder sobre Chris Cornell.

Ultimamente, às vezes é difícil se concentrar. Eu estava pensando sobre a história desse prédio e a história de Bowie. Então, eu comecei a pensar nisso e minha mente começou a divagar. Não é um bom…

Eu não tenho falado muito sobre algumas coisas e eu meio que… agora parece ser evidente porque eu perdi um amigo muito próximo, alguém que… [aplauso]

Direi isto também: eu cresci com quatro meninos, quatro irmãos, e eu perdi meu irmão há dois anos de uma forma trágica como essa, em um acidente, e depois disso e de perder algumas outras pessoas, eu não sou bom nisso, quer dizer, eu não… eu não tenho conseguido aceitar a realidade e é simplesmente assim que eu estou lidando com isso [aplauso].

Não, não, não, não.

Eu quero estar lá pela família, pela comunidade, estar lá pelos meus irmãos na minha banda, e certamente pelos irmãos na banda dele. Essas coisas levam tempo, mas meu amigo partiu para sempre e eu simplesmente terei que…

Essas coisas levam tempo e eu quero apenas dedicar isso a todos que foram afetados por essa perda, aos que estão em casa e aos que estão aqui e são profundamente gratos pelo apoio e pelos bons pensamentos de um homem que era… sabe, ele não era apenas um amigo, ele era alguém que eu admirava como um irmão mais velho.

Uns dois dias após a notícia, acho que era a segunda noite em que estávamos dormindo numa pequena cabana perto da água, um lugar que ele teria amado... todas essas memórias começaram a chegar por volta da 1h30 da manhã e me acordaram. Tipo, memórias grandes, memórias em que eu pensaria o tempo todo. Como se as memórias fossem grandes músculos.

E então eu não conseguia fazer as memórias pararem. E tentar dormir era como se os vizinhos estivessem com música tocando alto e você não conseguisse pará-la. Mas depois melhorou, porque vieram as pequenas memórias. Elas só vinham e vinham e vinham. E eu percebi o quão sortudo eu era por ter horas de… sabe, se cada uma dessas memórias foi rápida e eu tinha horas delas, o quão sortudo eu era? E eu não queria ficar triste, eu queria ficar grato, não triste. Eu ainda estou pensando nessas memórias e eu vou viver com essas memórias no meu coração e eu vou... amá-lo para sempre.