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Champignon “demonstrava frustração”, afirma delegada

Mulher do músico relatou discussão durante jantar neste domingo, 8

Redação Publicado em 09/09/2013, às 11h52 - Atualizado às 12h09

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“Não quero roubar o lugar de ninguém, só quero continuar o que a gente estava fazendo”, disse Champignon durante show d'A Banca na Virada Cultural 2013  - Rogério Motoda
“Não quero roubar o lugar de ninguém, só quero continuar o que a gente estava fazendo”, disse Champignon durante show d'A Banca na Virada Cultural 2013 - Rogério Motoda

Ainda permanecem obscuros os motivos que levaram à morte de Champignon na madrugada desta segunda, 9. A mulher do músico, Cláudia Campos, grávida de cinco meses, relatou à polícia uma discussão durante um jantar com amigos neste domingo, 8.

Relembre momentos da vida de Champignon.

“Eu tive uma conversa muito breve com a mulher antes de ela entrar para o ultrassom. Ela não está em condições de falar, mas disse que eles tiveram uma discussão no restaurante. Ela o descreveu como uma pessoa calma”, afirmou a delegada Milena Suegama, do 89º Distrito Policial, ao portal G1. A mulher foi encaminhada para o Hospital Metropolitano durante a madrugada em estado de choque após a morte do baixista.

10 grandes músicas com o baixo marcante de Champignon no Charlie Brown Jr.

“A esposa foi muito clara: ela disse que ele não faz uso de drogas nem de medicamentos controlados. (...) As críticas artísticas estavam o deixando incomodado. Ele demonstrava frustração”, relatou a delegada. Milena Suegama notou ainda que foram feitos dois disparos durante a madrugada – o primeiro teoricamente para testar o funcionamento da pistola 380.

O caso

Um vizinho de Champignon, morador de um prédio no Jardim Caboré, em São Paulo, contou ao jornal que ouviu um barulho de tiro vindo do apartamento à 0h. Em seguida, ouviu gritos da mulher dele e foi ao local ver o que tinha acontecido. Segundo relatou, a mulher do músico, grávida, abriu a porta do apartamento chorando e aos gritos, dizendo: " Amor, você não fez isso". De acordo com o tenente da Polícia Militar Rafael Elias Franco Pinto, o músico tinha uma pistola 380 em uma das mãos e um tiro na boca. "A delegada deve pedir imagens das câmeras de segurança do prédio", disse ele ao veículo.

A tragédia acontece pouco mais de seis meses depois da morte de Alexandre Magno Abrão, 42, o Chorão, vocalista do Charlie Brown. Depois de Chorão ter sido vítima de uma overdose, os integrantes remanescentes do grupo terminaram o disco Família 013, previsto para sair este ano, e formaram outra banda, A Banca.

Vivendo no limite e buscando incessantemente respostas, Chorão alcançou o sucesso, colecionou fãs e propagou mensagens. Mas nada foi suficiente para que ele conseguisse salvar a si próprio.

Champignon já havia deixado de maneira conturbada o Charlie Brown. Em seguida, ele montou o grupo Nove Mil Anjos ao lado de Junior Lima, Péricles Carpigiani e Peu Sousa, ex-guitarrista de Pitty, que cometeu suicídio em maio deste ano. Após o término da banda, o baixista se reconciliou com o Chorão e voltou ao Charlie Brown.

Em setembro do ano passado, Chorão brigou com o músico no palco de um show em Apucarana. Dias mais tarde, a dupla publicou um vídeo pedindo desculpas aos fãs. Veja abaixo (o pedido de desculpas começa a partir de 5'42").

Champignon era vocalista d'A Banca.