Banda lança Alexandre, o quarto disco da carreira
O Mombojó escolheu lançar Alexandre, o quarto disco da carreira, sem muitos rodeios. “Às vezes é mais prazeroso ler um esboço do que um livro editado”, teoriza o vocalista Felipe S. sobre o álbum, previsto para esse mês. “A gente quer tentar criar um capítulo diferente. Se sentirmos que as pessoas estão notando uma diferença em relação ao que já fizemos, vamos atingir nosso objetivo.”
Após a representatividade adquirida com Nadadenovo (2004), Homem Espuma (2006) e Amigo do Tempo (2010), o quarteto pernambucano se aventura em um álbum calcado no experimentalismo, usando de vinhetas instrumentais a introduções pesadas de música eletrônica, sob influência de Amnesiac, do Radiohead. “Eu pensei muito em Alexandre como a criação de um personagem”, explica o cantor. “[Pensei em] ter mais ideias visuais do que só juntar várias canções e dar a isso o nome de disco.”
Alexandre é um álbum espontâneo e conceitual, que apresenta um olhar bastante contemporâneo. A bateria de “Rebuliço” foi composta por Felipe no celular, enquanto “Ping Pong” é um interlúdio instrumental guiado pelo barulho de bolinhas batendo na mesa. “Summer Long” traz os vocais da francesa Laetitia Sadier, do grupo que mais influenciou o Mombojó, o Stereolab. “Uma das maiores emoções que eu senti com a banda”, ele revela. “Bastou ouvir a música para não conter as lágrimas.”
Se a vontade de diversificar sempre foi a tônica para o Mombojó, com este trabalho, Felipe admite a possibilidade de acomodação. “O Alexandre traz algo que a gente sempre condenou, que é criar um formato”, ele afirma. “Esse disco nos deu um formato ao qual acabamos nos apegando.” E após 13 anos de carreira, a experiência e a autoafirmação já são aliadas da banda. “Sempre vai ter alguém que acha bom e alguém que acha ruim. A gente vai aprendendo a fazer o que a gente acha bom.”
Ouça com exclusividade a faixa "Me Encantei por Rosário", de Alexandre: