O cantor dedicou a apresentação a uma vítima de homofobia, um jovem de 23 anos que foi torturado e assassinado
Elton John aproveitou a apresentação que fez em Moscou para se manifestar contra a discriminação de homossexuais na Rússia. De acordo com a BBC, o cantor interrompeu a performance na última sexta, 6, para dizer que ficou “triste quando soube” que há uma nova lei no país que bane todo tipo de “propaganda homossexual”. "Na minha opinião, é desumano e isolador”, disse John.
Ele foi um dos primeiros grandes artistas ocidentais conhecidos pelo apoio aos direitos dos homossexuais a fazer uma turnê na Rússia desde que Vladimir Putin assinou a lei, em junho, de acordo com a BBC. Os planos de John de se apresentar no país, anunciados há alguns meses, geraram protestos de ativistas anti-gays. De acordo com o jornal The Guardian, um grupo chamado Comitê dos Pais de Ural escreveu uma carta para Putin pedindo que ele proibisse John de se apresentar. A União das Irmandades Ortodoxas circulou uma petição com uma exigência parecida. "As declarações desse cara gay – Elton John – a respeito do apoio dele aos gays e a outros pervertidos nos shows... são um insulto para todos os cidadãos russos", disse o líder da União, Yuri Ageshchev, para uma agência de notícias local. "Também é algo que tira sarro da nossa lei, recentemente inaugurada, que proíbe a propagação de ideias gays."
Antes de ir, John disse em entrevista ao programa de rádio Fresh Air que se sentiu obrigado a manter as datas. “Existem muitas pessoas ótimas na Rússia, elas também estão revoltadas com o que está acontecendo, não quero abandoná-las”, ele disse. "Agora, provavelmente serei criticado por ir, e eu entendo isso. É somente que eu, como um homem gay e um músico gay, não consigo ficar em casa e não apoiar essas pessoas que foram tanto aos meus shows no passado."
John dedicou o show da sexta à noite para Vladislav Tornovoi, um jovem de 23 anos que foi torturado e morto por ser gay.