Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, líder do Alice in Chains detalhou como é criar álbum solo e enalteceu fãs brasileiros: ‘Realmente apaixonados’
Em meio a uma curta turnê na América do Sul, o lendário guitarrista e vocalista do Alice in Chains, Jerry Cantrell, tirou um dos dias na capital chilena de Santiago para passear e conceder uma entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, revelando os preparativos para o show único em São Paulo, marcado para a próxima terça-feira, 12, na Audio.
Pouco mais de um mês após o lançamento de seu quarto álbum solo, intitulado ‘I Want Blood’, o norte-americano também passa pelo festival Fauna Primavera, no Chile, e terá uma apresentação única na Argentina. Contudo, prometeu que, no Brasil, fará uma apresentação mais longa, contando com sucessos de seu projeto pessoal e também da banda que o consagrou como ícone grunge.
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“Vocês terão um show bem mais longo. Acho que estamos tocando apenas 70 minutos em Santiago. Portanto, a gente até consegue esquentar o público um pouquinho, mas é uma espécie de ambiente de festival. Já o show de São Paulo será um headliner, então iremos tocar até cair!”, brincou o músico via telefone.
Ainda sobre a apresentação, ele detalhou que, após a longa turnê de verão junto ao Bush percorrendo os Estados Unidos, sente que “a banda está tocando muito bem junta”. Tal entrosamento também se faz presente nos momentos livres; quando perguntado sobre as viagens ao Brasil, Jerry reconheceu o privilégio de ser um rockstar e viajar o mundo, confessando que, durante a entrevista, perambulava com o guitarrista Zach Throne.
Jerry Cantrell de Alice in Chains en el Portal Fernández Concha @alfaxispic.twitter.com/cCUpPwgLLa
— Pedriinchii (@pedriinchii) November 7, 2024
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“É sempre muito bom vir a países diferentes. O Brasil é sempre um ótimo lugar para tocar. Os fãs são realmente apaixonados, e cada lugar tem uma vibração própria”, enfatizou, pouco antes de pedir um hambúrguer ainda em ligação telefônica.
Enquanto aguardava o sanduíche, Jerry aproveitou para explicar que não costuma separar composições exclusivamente para os álbuns solos, classificando como uma ‘questão de logística’: “Quando estou gravando discos sozinho, também é um disco solo coletivo. É até um equívoco dizer que é solo, porque não é! [...] Só estou dirigindo e tenho uma certa visão do que estou tentando trazer”.
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A musicalidade característica, no entanto, é justificada com a vasta influência musical ainda durante a infância, relatando que, apesar da preferência dos pais pelo country, sua criação em bases militares devido a profissão do pai possibilitou o contato “com um grupo bastante diversificado de crianças na escola”, sendo apresentado para diversos gêneros musicais.
“Somos todos conglomerados de todas as coisas que ouvimos. [...] Então, é divertido fazer um disco pois eu realmente não me sento com quaisquer intenção de saber que tipo de música estou tentando compor. Não me sento para escrever uma música de metal ou uma música country. Simplesmente entro no processo e vejo o que acontece. E é sempre surpreendente para mim ver o caminho disso”, acrescentou.