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Em movimento, e em três dimensões

Na feira E3, em Los Angeles, empresas determinam as tendências que irão ditar a relação dos jogadores com os videogames nos próximos anos

Por Pablo Miyazawa, de Los Angeles Publicado em 17/06/2010, às 14h58

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Participante da E3 mostra o funcionamento do Move, da Sony: tecnologia 3D também está no futuro dos games - AP
Participante da E3 mostra o funcionamento do Move, da Sony: tecnologia 3D também está no futuro dos games - AP

No que depender das três maiores fabricantes de videogame na atualidade, ninguém mais irá jogar sentado no sofá nos próximos anos. Muito menos utilizando um joystick. E não mais enxergando as coisas da maneira a que estavam acostumados.

Na feira Electronic Entertainment Expo, a E3, que se desenrola durante essa semana em Los Angeles, as três principais empresas do segmento apresentaram novidades que devem estabelecer novos paradigmas nessa indústria de muitos bilhões de dólares - que atualmente, alardeia-se, rende mais dividendos do que Hollywood.

A Microsoft, fabricante do console Xbox 360, propôs a eliminação do joystick na interação com os games através do acessório Kinect, uma espécie de câmera que capta imagens tridimensionais (clique aqui para saber mais). Acoplada ao videogame, ela "escaneia" o corpo do jogador e o recria dentro do ambiente do game, transformando o usuário em um personagem virtual. Todos os movimentos da vida real seriam, então, reproduzidos dentro do jogo. Previsto para chegar às lojas de todo o mundo a partir de novembro, o Kinect ainda não teve seu preço divulgado. Segundo a Microsoft, o acessório deve ser lançado também no Brasil antes do Natal de 2010.

Avançando pelo mesmo caminho, a fabricante japonesa Sony aposta, assim como a Microsoft, na captação de movimentos corporais e na interatividade para dar um passo adiante na experiência proporcionada pelos games. O acessório PlayStation Move, no caso, seria o responsável pelo avanço: trata-se de um controle em forma de bastão equipado com botões e sensores de movimento, que substituirá o uso do joystick tradicional. Ao captar os gestos do jogador, o bastão teria a função de transferir para dentro do game as ações executadas, de uma maneira semelhante (ainda que mais precisa) ao que já é feito no console Wii, da concorrente Nintendo, lançado em 2006. O Move deve ser lançado em setembro e custará por volta de US$ 80.

Mas a maior aposta da Sony está na tecnologia 3D, tão em voga hoje em Hollywood e que aos poucos começa a se popularizar em aparelhos de TV. A empresa prometeu "a mais completa experiência 3D em um videogame", ao anunciar diversos games que farão uso dessa tecnologia. Porém, o jogador será obrigado a adquirir um modelo de televisão próprio para o 3D (atualmente muito mais caro do que os aparelhos tradicionais), além de ter que jogar utilizando óculos especiais. Pelo menos 15 games que farão uso do 3D serão lançados até 2010, de acordo com a Sony.

Aparentemente seguindo em uma eterna contramão, a também japonesa Nintendo não aproveitou o fato de ser a principal precursora da tendência dos games "físicos". A empresa divulgou a produção de diversos jogos para o Wii estrelados por suas franquias consagradas (Zelda, Donkey Kong, Metroid), mas não apresentou qualquer upgrade para seu console - o mais vendido desta geração de videogames. A novidade ficou por conta do portátil Nintendo 3DS: tal qual o nome entrega, o console de duas telas e do tamanho de um telefone celular terá capacidade de simular a experiência 3D sem a necessidade da utilização de óculos especiais. Deve sair em 2011, com preço ainda a ser definido.

Apesar de uma resistência natural do público mais conservador, ainda acostumado ao esquema tradicional e sedentário "joystick, TV, sofá", será bastante improvável que a experiência de jogar um game não se assemelhe cada vez mais às previsões dos filmes de ficção-científica. Sob o ponto de vista de eventos como a E3, o futuro realmente parece ser inevitável.