Rapper criticou o governo e relembrou "pseudo-reconciliações" na história do Brasil
O rapper, compositor e poeta Emicida voltou a fazer críticas ao governo de Jair Bolsonaro. Após a live de mais de oito horas, realizada no último domingo, 10, na qual fez um discurso sobre a situação política do Brasil, o artista declarou, em entrevista à RFI, publicada no Uol, que “Bolsonaro não é um líder” diante da crise da pandemia de coronavírus.
“As pessoas falam que o Brasil está sob uma má liderança, mas precisamos resgatar o sentido das palavras. Bolsonaro não é um líder”, explicou. “Qualquer pessoa que tivesse uma empresa nunca uma pessoa com as caraterísticas do Bolsonaro seria alçada à função de líder. A liderança requer responsabilidade, visão e capacidade. Estamos flutuando num limbo de muita agressividade e ignorância, isso é muito perigoso.”
Emicida falou da importância de manter a “visão macro” para a chegada do atual governo no país, como as “pseudo-conciliações” da abolição da escravatura, a perseguição aos povos indígenas, classificada como um “genocídio em curso” pelo rapper, e a Ditadura Militar, “que continua completamente presente não só no nosso imaginário, mas na nossa realidade”.
“O Brasil está sem liderança e à deriva. Mas não acredito que seja o fim. Mas vai doer muito”, continuou Emicida. “Enquanto o mundo inteiro vê a pandemia como um grande problema a ser combatido o mais rápido possível, Jair Bolsonaro vê o coronavírus como se fosse um grande aliado na sua cruzada de morte”.
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