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Entrevista: "Fizemos tudo que estava ao nosso alcance", diz organizador do Woodstock 50

Em entrevista à Rolling Stone EUA, Michael Lang reflete sobre o principal fator responsável pelo cancelamento do festival, e fala sobre a trajetória problemática que impediu o evento de acontecer

Kory Grow, David Browne e Jason Newman Publicado em 01/08/2019, às 13h13

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Michael Lang (Foto:Evan Agostini/Invision/AP/Shutterstock)
Michael Lang (Foto:Evan Agostini/Invision/AP/Shutterstock)

Michael Lang, organizador do Woodstock 50, conversou com a Rolling Stone EUA menos de uma hora depois do mundo ficar sabendo que a comemoração de cinco décadas do festival lendário havia sido cancelada.

Triste com a situação e surpreendentemente calmo, ele disse estar "decepcionado, mas eu estava meio preparado", já que desde janeiro, quando foi anunciado, o evento enfrentou uma avalanche de problemas como desistências de investidores, produtores e artistas, além da perda de espaços onde seria realizado.

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Após uma odisseia que durou seis meses, o festival, que inicialmente teria 3 dias e receberia atrações como Jay Z, Black Keys, Imagine Dragons, Halsey e Miley Cyrus, recebeu seu atestado de óbito na última quarta, 31 de junho.

Em conversa com a Rolling Stone EUA, Lang abordou a frustração de não conseguir realizar o Woodstock 50, as comparações com o festival Fyre e qual foi, para ele, os principais motivos que levaram ao cancelamento. Leia abaixo.

Rolling Stone EUA: Explique como surgiu a decisão de cancelar o festival.

Michael Lang: Já estava acabado há um dia e meio. Reunimos tudo que precisava ser feito, e as datas em que precisávamos fazer essas coisas, e pensar que adiar mais seria muito forçado e também já estava muito em cima [...]. Sofremos muita pressão.

RS EUA: Qual foi o principal motivo que levou ao cancelamento?

ML: A demora da confirmação de algumas atrações principais que seriam destaque do dia. Além de tudo que seria necessário fazer para que o festival acontecesse daqui uma semana e meia. Chegou a um ponto em que não era mais necessário nos esgotarmos, e não fazer as coisas de forma correta, e não transmitir a informação do melhor jeito.

RS EUA: Você provavelmente ficou sabendo dos comentários que surgiram na internet ao longo dos último meses, comparando o Woodstock 50 ao festival Fyre.

ML: Todas essas comparações ao Fyre não tem fundamento algum. Aquele foi um golpe, com vendas de ingressos para um evento que não existia. No nosso caso, não colocamos nada a venda antes do evento existir de fato, então não vejo relação com o Fyre. [O Woodstock 50] foi uma empreitada infeliz, que teve os parceiros errados desde o início. Fizemos tudo que estava ao nosso alcance, e tínhamos a motivação certa.

RS EUA: Você tem alguma mensagem para as pessoas que acompanharam essa história desde o começo?

ML: Meu Deus [Risos]. Olhe para o começo, e olhe para o fim. [Risos] Foi difícil. Enfrentamos um problema atrás do outro, tentando acertar o caminho do barco toda vez que desviava. Não é tão atípico, e não foi nada muito além do que eu já passei antes como empresário e consegui superar, mas dessa vez não funcionou. O erro fatal foi toda a questão dos parceiros. Foi a verdadeira causa de não ter acontecido do jeito como visualizamos.

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