Amy Lee e seu Evanescence fizeram fãs chorarem em show no domingo, 8, no festival Maquinária; noite ainda contou com apresentações de Panic! At the Disco, Dir En Grey, Danko Jones e Duff Mckagan's Loaded
Atualizada às 15h45
Mesmo alguém que entrasse por engano na Chácara do Jockey, em São Paulo, no domingo, 8, conseguiria dizer qual atração do segundo dia do festival Maquinária levou mais fãs ao local. Bastava andar um pouco para ver camisetas da banda norte-americana Evanescence por todos os lados e muitas garotas vestidas como a vocalista Amy Lee.
Em sua segunda passagem pelo Brasil - a primeira foi em 2007 -, o Evanescence mostrou muita competência no palco. Com uma saia que faria inveja à boneca Emilia do Sítio do Pica pau Amarelo, Amy Lee esbanjou entusiasmo e simpatia com o público. Logo na primeira música, "Going Under", muitos dos presentes já estavam aos prantos, algo que comprova a devoção dos fãs à banda.
Nas canções em que a vocalista não está ao piano, como em "Weight of the World", fica mais visível sua performance teatral: mãos levadas ao rosto, socos no ar e movimentos frenéticos são ingredientes da vocalista.
Quando assume as teclas em "Good Enough", Amy, sozinha no palco, proporciona o momento mais romântico da noite, onde muitos telefones celulares e alguns isqueiros ajudaram a criar o clima. Já em "Whisper", o instrumento da vocalista sai de cena para entrar o peso das guitarras, principalmente a de Terry Balsamo, que durante o show não deixa de balançar seus dreads um minuto sequer.
Em "Bring Me to Life", os poderosos riffs de guitarra e a forte presença da bateria levam a multidão ao delírio. Finalmente, depois de mais de uma hora de apresentação (mesmo com a chuva, o show teve início no horário previsto, às 21h40) as primeiras notas de "My Immortal", primeiro sucesso da banda, começam. Neste momento, é possível perceber a força da marca registrada da banda: belas melodias, a voz potente e afinada de Amy e o peso das guitarras.
Apesar de não ter conhecido nenhuma das música do disco previsto para 2010, o público parece não ter se importado. E é bem provável que na próxima visita ao Brasil - entre as inúmeras juras de amor da vocalista, a confirmação de voltar ao país foi uma das notícias mais comemoradas - os milhares de fãs estejam novamente vestidos a caráter para cantar e se emocionar com a banda.
Confira abaixo as outras bandas que passaram pelo segundo dia do Maquinária 2009:
Duff Mckagan's Loaded, às 17h40
Ver Duff Mckagan em um festival onde a maior parte do público é formado por adolescentes é ter a certeza que grandes nomes do rock atravessam gerações. À frente do Duff Mckagan's Loaded, o músico, que foi baixista do Guns N' Roses durante os anos 80 e início dos 90, apresentou ao público as canções do álbum Sick. Aqui, ele troca o baixo pela guitarra - e também assume os vocais. Porém, mesmo com cabelos curtos e uma "nova" banda, é impossível olhar para Duff sem lembrar do Guns. E isto fica ainda mais evidente quando a banda toca "Dust N' Bones" e "It's So Easy", grandes sucessos de sua antiga banda, desta vez com Duff relembrando os velhos tempos como baixista.
Dir En Grey, às 18h30
Outra banda que parece ter conquistado os brasileiros é o Dir En Grey. Em sua estreia em solo tupiniquim, o quinteto japonês fez uma apresentação muito energética, com o vocalista Kyo provando que aliar vocal gutural e agudo não é exclusividade de nomes do metal melódico europeu. Apesar de pouco comunicativo - nenhuma palavra foi dirigida à plateia, já que o inglês não é o forte dos integrantes -, o grupo fez a alegria dos marmanjos, com rodas de pogo sendo organizadas em quase todas as músicas. O ponto alto do show ficou por conta de "Agitated", "Vinushka" e "Obscure", nas quais, além de pular e dançar, os fãs cantaram tão intensamente quanto Kyo.
Panic! At the Disco, às 19h50
Enquanto aguardava a entrada do Evanescence, o público pôde conferir o show dos elegantes rapazes do Panic! At the Disco. Com todos os integrantes vestindo camisas e calças sociais, a banda, que tocou durante todo o tempo sob muita chuva, animou a com sua mistura de punk e elementos eletrônicos. Durante a apresentação, o vocalista Brendon Urie, assim como a maioria dos músicos estrangeiros quando vêm ao país, disse estar muito feliz no Brasil e, claro, elogiou a beleza das mulheres brasileiras. Em "Camisado" e "New Perspective", os fãs, especialmente as garotas, demonstraram não se importar com a tempestade. Porém, nada comparável a empolgação despertada quando "Nine in the Afternoon" e "I Write Sins Not Tragedies", foram tocadas.
Danko Jones - Palco MySpace, às 20h40
Além de atrações conhecidas do grande publico, o Maquinária também brindou os presentes com o palco MySpace, local reservado para artistas de fora do mainstream. O destaque ficou para a banda canadense Danko Jones, um trio poderoso que impressiona pelo peso e rapidez com que toca. É inacreditável o barulho que apenas três caras conseguem fazer no palco. O grupo, que ganhou elogios do Motörhead, apresentou as canções do último álbum, o Never Too Loud, de 2008.