Vencedor de Melhor Filme no Oscar deste ano descreveu de forma real o clima no aeroporto do Teerã, no fim da década de 70
Uma antiga funcionária da companhia aérea Swissair disse que Argo, o longa vencedor do Oscar de Melhor Filme na cerimônia deste ano, foi realista ao retratar o clima no aeroporto do Teerã, capital do Irã, no fim dos anos 70.
Alvo do governo iraniano, desde antes da premiação da Academia, o filme dirigido por Ben Affleck teve a veracidade confirmada por Heinz Koch, que na época geria as operações da companhia no aeroporto iraniano.
De acordo com ela, as inúmeras barreiras e revistas eram feitas por oficiais do aeroporto e da Guarda Revolucionária, como foi mostrado durante as cenas finais do filme. "Quando se chegava ao aeroporto, havia postos de controle antes de entrar no prédio, havia também postos de controle no aeroporto, os agentes da imigração, os Guardas Revolucionários. Mesmo antes de embarcar no avião os passaportes eram conferidos outra vez. Muitos passageiros foram impedidos de deixar o país", disse ela à agência Reuters.
Na história de Argo, um grupo entra no Irã com a missão de resgatar seis reféns norte-americanos no Irã, após a Revolução Islâmica de 1979. Eles entram no país disfarçados de cineastas.
Ainda que o fim da trama do filme não condiga com a história real, Heinz confirma que o clima no aeroporto era tenso naquela época, com um grande número de pessoas tentando fugir do país ao mesmo tempo: "Havia sempre um grande assédio no check-in por passagens de última hora. É claro que havia problemas também para os passageiros iranianos e estrangeiros, porque eles nunca tinham certeza se podiam ou não sair do país. Havia vários agentes de imigração checando seus documentos, é claro que a Guarda Revolucionária também estava presente."