O lider do Soulfly, que vive em Arizona, nos Estados Unidos, estava no Brasil durante o período eleitoral
Max Cavalera, ex-Sepultura e líder do Soulfly, comparou recentemente o clima com a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil à chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
Em entrevista ao Reading Eagle, jornal da cidade de Reading, no estado norte-americano da Pensilvânia, Cavalera foi questionado sobre as eleições no País e afirmou encontrar similaridades entre a ascensão dos dois presidentes.
"O Brasil tem um histórico de líderes corruptos, embora tenhamos tido alguns presidentes que fizeram coisas boas para o País", disse ele. "Eu estava lá quando [Bolsonaro] foi eleito e havia uma vibe estranha no ar. Foi similar àquela sentida quando Trump foi eleito aqui [nos Estados Unidos]. Metade da população votou nele, outra metade, não."
"Eu sinto muita coisa negativa a respeito do que ele diz sobre índios e negros. Ele não liga para as comunidades indígenas. Isso é o que mais me incomoda", acrescentou Cavalera.
A presidência de Jair Bolsonaro entrou na pauta de Cavalera por conta do disco Ritual, lançado pelo Soulfly no fim de 2018. Uma das faixas do disco, chamada "The Summoning", fala sobre como os povos nativos foram explorados e subjugados ao longo da história.
"Eu acho que isso é um dos maiores tabus da história da humanidade", explica ele. "Foi uma época sombria na América do Sul, Central e do Norte, esse 'estupro' das comunidades indígenas. E ainda continua."
Nascido em Belo Horizonte, cidade na qual ajudou a fundar o Sepultura, Max Cavalera vive em Phoenix, no Arizona, desde 1992. Atualmente, ele está trabalhando na divulgação do disco mais recente do Soulfly, Ritual.