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Exclusivo: As Bahias e a Cozinha Mineira lança clipe nostálgico para “Fumaça”

O vídeo celebra o Dia Internacional da Luta da Mulher e mostra cenas dos shows do grupo intercaladas com imagens dos bastidores

Julia de Camillo Publicado em 09/03/2017, às 14h28 - Atualizado às 16h14

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A cantora Assucena Assucena no clipe do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira para "Fumaça" - Reprodução
A cantora Assucena Assucena no clipe do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira para "Fumaça" - Reprodução

As Bahias e a Cozinha Mineira lança, com exclusividade pela Rolling Stone Brasil, o clipe para “Fumaça”, escrita pela cantora Assucena Assucena. A faixa é o segundo single a sair do disco Mulher (2015), dando sequência a “Apologia às Virgens Mães”.

“‘Fumaça’ é uma canção na qual se deságua o braço de um rio ausente, a memória na iminência do esquecimento, mas também daquilo que poderia ter sido e não foi, ‘que à beira de um beijo seu se queimou’”, a banda define, citando parte da letra da música.

Para retratar essa temática, a diretora Carla Shah propôs um clipe gravado na estética do formato cinematográfico Super 8. “Ficamos extremamente contempladas, não necessariamente pelo conceito de vintage, mas pela nostalgia atribuída à textura granulada”, explica a banda. Segundo a diretora, o propósito “foi criar uma relação íntima com os sujeitos do filme. [O efeito Super 8] traz a sensação de lembrança e carinho ao documentar um momento específico de celebração e afirmação em um contexto em que as discussões sobre violência de gênero e racismo estão latentes”.

No vídeo, cenas das vocalistas Assucena Assucena e Raquel Virgínia e do guitarrista Rafael Acerbi no palco se mesclam a registros bem humorados dos bastidores. A produção audiovisual captura o cotidiano de forma natural, passeando entre ambientes públicos e privados. Imagens e termos associados à feminilidade são mostrados, fazendo uma sutil reivindicação política.

Não foi por coincidência que o clipe foi lançado na onda do Dia Internacional da Luta da Mulher. “É uma homenagem à nossa afetividade e uma explanação acerca da falta dela, também. Afinal, amar e ser feliz quando se é mulher-trans é extremamente político. Existe uma solidão afetiva que já acompanha a maioria de nós, a solidão dos amores não correspondidos, da negação da possibilidade de ser uma mulher possível em uma relação”, diz a banda. “Somos constantemente desumanizadas a ponto de sermos percentualmente uma das principais vítimas de assassinato no Brasil.”

Por isso, o vídeo de “Fumaça” trata do feminino de maneira espontânea, orgânica e abrangente: “Queríamos imagens que vagassem por diferentes nuances do ser mulher. A proposta deste vídeo foi mostrar que, na fumaça das diferentes camadas quando se fala de gênero, tem a massa bonita e sólida de ser quem realmente se é”, finaliza a diretora Carla Shah.

O próximo clipe de Mulher já está sendo idealizado, segundo o grupo. “Vem um próximo por aí sim, ainda esse semestre, mas ainda é segredo.”

Assista ao clipe de “Fumaça”.