“Conseguimos fazer justiça a Freddie Mercury”, conta o astro da série Mr. Robot que já é um dos favoritos ao Oscar 2019
O norte-americano Rami Malek, de 37 anos, tornou-se conhecido no papel do inconformista hacker e engenheiro Elliot Alderson na série Mr. Robot. Mas agora, ao encarnar Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody, ele terá a chance de se consagrar definitivamente. A atuação dele como ex-frontman do Queen é realmente notável. O artista está ciente que o filme irá causar um grande impacto, e poderá mudar a sua carreira. Mas ele reforça que se sente humilde em relação a experiência.
“Freddie até hoje é uma inspiração para mim”, ele fala. “Sempre fui fã. Ele também era uma força da natureza. Eu não sabia se conseguiria entrar na pele de alguém tão icônico como o Freddie. Vivê-lo foi diferente de tudo o que fiz na vida. Tive que pesquisar muito a respeito, mas isso foi o de menos. O importante era mesmo capturar a essência dele”.
Para Malek, entrar na alma do ex-cantor do Queen não foi uma tarefa muito fácil e ele explica o motivo: “Apesar da exuberância no palco e nos discos, Freddie era uma cara muito tímido. Ele resguardava muito a sua vida particular. Preferia dizer o que sentia através da música. Existem relatos da vida dele em diversos livros e biografias, mas, por causa de seu jeito reservado, é muito complicado saber com ele realmente se sentia a respeito de muitas coisas na vida”.
O ator segue: “Freddie Mercury teve uma vida incrível, isso antes mesmo dele entrar para o Queen. Imaginem um cara que nasceu na África, viveu na Índia e foi parar na Inglaterra no período mais incrível da musica pop, com Beatles, Jimi Hendrix e outros dando as cartas. Ele podia ser um jovem tímido, mas tinha muito garra e acreditava no seu talento. Desde o começo, era um outsider, mas triunfou”.
Para viver Freddie Mercury, Rami assistiu incontáveis horas de vídeo de ex-cantor do Queen. Ele teve que aprender noções de como tocar piano. Ele também diz que na maior parte do filme ele dubla os vocais originais de Mercury, mas em um momento ou outro, quando a ocasião exigia, procurava cantar com sua própria. O ator também teve que passar por um intenso preparo físico e trabalhou com um coreografo para assimilar os gestos e expressão corporais de Mercury.
Malek revela que a recriação do Live Aid foi o momento mais complicado para ele. “O cenário foi montado em uma região da Inglaterra, ao ar livre. Para evitar o tempo nublado e uma possível chuva, os produtores resolveram filmar estas partes do filme antes do resto, quanto a temperatura estava mais ameno”, conta. “O Brian May estava lá, acompanhando tudo, e assim a responsabilidade para cima de mim era enorme. Tínhamos que ‘apenas’ recriar o maior concerto de rock da história. Perdi o sono”, explica.
Para concluir, Rami Malek fala que o sentimento dele e de toda equipe envolvida no filme é o de dever cumprido. “Freddie tinha um espírito revolucionário. Quando estava vivo, ele era amado por milhões. Este sentimento passou de pai para filho, as novas gerações o adoram. Com Bohemian Rhapsody, eu acho que conseguimos fazer justiça a figura dele. No filme, pudemos mostrar as nuances de alguém tão complexo e talentoso”.